Novos líderes do Congresso reacendem debate sobre jogos no Brasil
Debate sobre jogos no Brasil com novos líderes

O cenário político brasileiro ganhou novos ares em 2025 com a eleição dos presidentes do Congresso Nacional, reacendendo com força um debate histórico: a legalização dos jogos de azar no país. A escolha de parlamentares que se posicionam a favor da regulamentação gerou expectativas no setor, que movimenta milhões de brasileiros mesmo na informalidade.

Lideranças favoráveis impulsionam esperanças

A eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara dos Deputados e de Davi Alcolumbre para o comando do Senado Federal trouxe otimismo aos defensores da legalização. Ambos os parlamentares já manifestaram apoio à regulamentação das atividades de jogos e apostas, criando um ambiente mais favorável para a avanço da pauta no Legislativo.

O contexto atual mostra uma situação paradoxal: enquanto as apostas online seguem autorizadas e em plena expansão, os estabelecimentos físicos continuam proibidos de operar. A Câmara já aprovou um Projeto de Lei que legalizaria cassinos, bingos, jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, mas a proposta aguarda definição no Senado.

Impasse no Senado mantém situação estagnada

Apesar das expectativas criadas com as novas lideranças, a situação permanece estagnada no Congresso. Recentemente, a pauta foi mais uma vez adiada no Senado, adiando também as esperanças das empresas que pretendem investir no setor físico.

O presidente Davi Alcolumbre explicou o motivo do adiamento, alegando quórum baixo no Plenário e divergências entre os senadores. "Há certamente uma divisão no Senado sobre esse tema. Diante do quórum de 56 senadores, diante da grande divergência sobre essa matéria e das solicitações de senadores que gostariam de estar presentes na votação, esta presidência vai retirar de ofício esse item", declarou Alcolumbre.

Potencial bilionário pode acelerar legalização

Os números revelados pela Receita Federal mostram o enorme potencial econômico do setor. Nos primeiros sete meses de 2025, a tributação das casas de apostas online já garantiu R$ 4,73 bilhões aos cofres públicos. Considerando que o setor foi regulamentado a partir de 1º de janeiro, a projeção do governo federal é que esse montante dobre até dezembro, alcançando a meta de R$ 10 bilhões em arrecadação.

O crescimento é exponencial: apenas em julho, a receita foi de R$ 928 milhões, um salto extraordinário em comparação ao mesmo período de 2024, que arrecadou apenas R$ 8 milhões.

Para o setor físico, as estimativas são ainda mais promissoras. Segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), o setor de apostas pode atrair até US$ 70 bilhões em investimentos para o Brasil. A entidade prevê ainda a criação de aproximadamente 10 mil vagas de trabalho, diretas e indiretas, e uma arrecadação tributária projetada de até R$ 20 bilhões.

Esses valores expressivos podem reforçar significativamente os cofres públicos e impulsionar áreas estratégicas como saúde, educação e infraestrutura. O impacto positivo na economia é visto como um fator que pode acelerar o processo de legalização, unindo interesses econômicos e desenvolvimento social.

Enquanto o debate legislativo segue seu curso, milhões de brasileiros continuam utilizando plataformas de cassino online em ambientes digitais regulamentados, demonstrando que o mercado já existe e busca por segurança jurídica. A expectativa é que os novos líderes do Congresso possam destravar essa pauta que envolve tanto aspectos econômicos quanto culturais na sociedade brasileira.