Aumento de 79% em salários de vereadores de Avaré gera confusão e homem é carregado
Confusão na Câmara de Avaré após aumento salarial de 79%

A sessão da Câmara Municipal de Avaré, no interior de São Paulo, que aprovou um polêmico aumento salarial para os vereadores na noite desta segunda-feira, 1º, terminou em tumulto. Um homem foi imobilizado e retirado à força do plenário após protestar contra a proposta, que eleva os vencimentos em quase 80%. O incidente foi registrado em vídeo e a Polícia Militar foi acionada.

O projeto de aumento salarial aprovado

O projeto de lei de autoria da mesa diretora foi aprovado em sessão extraordinária, com discussão única. A proposta eleva o salário dos vereadores de R$ 6,6 mil para R$ 11,8 mil. Já a remuneração do presidente da Casa, vereador Cabo Samuel Paes, sobe de R$ 7,6 mil para R$ 13,6 mil. O pacote também inclui décimo terceiro salário e férias anuais com acréscimo de um terço.

O reajuste, no entanto, só passará a valer na próxima legislatura, com vigência entre 1º de janeiro de 2029 e 31 de dezembro de 2032. A votação terminou com oito votos a favor e quatro contra.

Quem votou a favor e quem votou contra

Os vereadores que aprovaram o aumento foram:

  • Ana Paula Tibúrcio de Godoy (Republicanos)
  • Everton Eduardo Machado (PL)
  • Francisco Barreto de Monte Neto (PT)
  • Hidalgo André de Freitas (PSD)
  • Jairo Alves de Azevedo (Republicanos)
  • Leonardo Pires Ripoli (Podemos)
  • Moacir Lima (PSD)
  • Pedro Fusco (PL)

Já os parlamentares que se posicionaram contra a proposta foram:

  • Adalgisa Lopes Ward (Podemos)
  • Luiz Cláudio da Costa (Podemos)
  • Magno Greguer (Republicanos)
  • Maria Isabel Dadário (Podemos)

O tumulto e a retirada forçada do cidadão

Após a votação, um morador, inconformado com a decisão, começou a protestar. De acordo com relatos, o presidente da Câmara, Cabo Samuel Paes, pediu que o homem se manifestasse de forma pacífica. Como o pedido não foi atendido, Paes determinou que um funcionário o retirasse do local.

No momento da retirada, outras pessoas se aproximaram e começaram as agressões, com uma mulher também entrando na discussão. Durante a confusão, o homem foi carregado por quatro pessoas, incluindo o próprio presidente da Casa, e retirado do plenário. O vídeo do incidente circula nas redes sociais.

Versões conflitantes e registro policial

A Polícia Militar foi chamada ao local e um boletim de ocorrência foi registrado. Nele, o cidadão relatou que não concordou com o aumento dos salários e resolveu protestar. Em seu depoimento, ele afirmou que quatro pessoas, incluindo o presidente, o agrediram, causando arranhões em seu rosto e braços.

Já na versão de um dos funcionários da Câmara, registrada no BO, a atitude foi tomada porque o homem interrompeu a sessão, mesmo após ser advertido pelo presidente para manter a ordem. Ao ser novamente advertido, ele teria reagido de forma agressiva, iniciando o tumulto e resistindo à retirada.

Posicionamento da Câmara e das partes envolvidas

Em nota, a Câmara Municipal informou que a confusão foi registrada pelas câmeras de segurança e que não houve agressão por parte do presidente ou dos servidores, mas sim uma "imobilização legítima" diante da resistência e agressividade do cidadão. A Casa afirmou que entregou as imagens às autoridades e que não tolerará ações que atentem contra a ordem ou o funcionamento das sessões.

Nas redes sociais, o vereador Cabo Samuel Paes classificou o episódio como "triste" e disse que a atitude foi para preservar a segurança. "Ele já tinha sido advertido para que fizesse suas manifestações pacíficas. Tem que ter ordem e decência. Como sou policial, nós imobilizamos o indivíduo e retiramos ele do plenário", escreveu.

O morador envolvido também se manifestou online, dizendo que "perdeu a razão" e se exaltou diante da revolta com o projeto de aumento salarial em meio a uma crise econômica na cidade. Ele negou ter agredido os funcionários intencionalmente.