SP propõe divisão de escolas com mais de 1,2 mil alunos em 2024
Escolas grandes de SP podem ser divididas em 2024

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo está analisando uma proposta inovadora para transformar a gestão das escolas públicas estaduais. O plano prevê a divisão de unidades com mais de 1,2 mil estudantes em duas administrações distintas, uma medida que promete revolucionar o acompanhamento pedagógico nas instituições de maior porte.

Como funcionará a divisão das escolas

De acordo com a proposta governamental, 330 escolas em todo o estado se enquadram no perfil para a divisão, representando aproximadamente 6,6% do total de 5 mil unidades da rede estadual. Essas escolas possuem o dobro da média de estudantes da rede, que é de cerca de 600 alunos por unidade.

O subsecretário de Planejamento da Rede Escolar, Michel Minerbo, explica a lógica por trás da medida: "Quanto maior a escola, em geral, o desempenho é um pouco pior. Hoje, um diretor de uma escola muito grande precisa lidar com até 100 professores e 1.400 famílias. Ao dividir, ele passa a administrar metade disso, o que facilita o trabalho e o acompanhamento dos alunos".

Detalhes da implementação

A proposta estabelece que a divisão será apenas administrativa, sem separação física das instalações. Quadras, pátios e outros espaços comuns continuarão sendo compartilhados por todas as unidades. Na prática, cada turno poderá ter seu próprio diretor, e os ciclos de ensino ficarão concentrados em horários específicos.

Um exemplo citado pela Secretaria seria organizar os anos iniciais do ensino fundamental pela manhã e os finais à tarde. Até o momento, 110 unidades já manifestaram interesse em aderir à mudança, que é totalmente voluntária.

Prazos e próximos passos

As escolas interessadas têm até esta quarta-feira (12) para comunicar oficialmente sua decisão de participar do programa e apresentar um plano detalhando como pretendem reorganizar suas turmas e turnos. Após esse prazo, as unidades que optarem pela mudança passarão por uma avaliação técnica nos próximos 15 dias.

O governo estadual se comprometeu a publicar um decreto até dezembro criando oficialmente as novas unidades. A lista completa das escolas que passarão pela divisão deve ser divulgada ainda este ano, garantindo transparência no processo.

É importante destacar que alunos e professores não precisarão mudar de prédio. Os estudantes que permanecerem no mesmo local, mas fizerem parte da nova escola, terão suas matrículas migradas automaticamente, sem impacto direto em seu cotidiano escolar.

Posicionamento contrário

A Apeoesp, sindicato que representa os professores da rede estadual, manifestou-se contra a proposta. Em documento oficial, a entidade afirma que não houve diálogo adequado com a categoria nem com a comunidade escolar.

O texto do manifesto é enfático: "A gestão atual não dialogou com a Apeoesp, com as demais entidades, a comunidade escolar e a sociedade". A Secretaria da Educação rebate as críticas, garantindo que houve discussões com as Diretorias Regionais de Ensino desde outubro e que o objetivo principal é aprimorar a qualidade do ensino.

A implementação da medida está prevista para começar no próximo ano letivo, marcando uma nova fase na gestão das escolas públicas paulistas.