UFMA em Crise: Alunos de Design e Psicologia Revelam Abandono e Estrutura em Colapso
UFMA: Alunos denunciam falta de professores e estrutura precária

A situação na Universidade Federal do Maranhão está longe do ideal — para não dizer catastrófica. Quem passa pelos corredores dos cursos de Design e Psicologia percebe na hora que algo está muito errado. E não é exagero.

Imagine chegar na faculdade e descobrir que simplesmente não tem aula. Não é greve, não é feriado — é a pura e simples falta de professores. Algumas disciplinas estão sem docentes há meses, quem dirá um semestre inteiro. Os alunos ficam completamente perdidos, sem saber como vão cumprir a grade curricular.

E quando tem aula, a infraestrutura é de chorar

Os laboratórios de informática — quando funcionam — parecem ter parado no tempo. Computadores lentos, programas desatualizados e constantes quedas de energia tornam qualquer atividade prática um verdadeiro suplício. É como tentar fazer design gráfico com uma máquina de escrever.

E olha que isso quando conseguem acesso aos espaços. Muitas vezes, as salas estão trancadas porque não há técnicos disponíveis para abri-las. Outras vezes, o ar-condicionado quebrou — e no calor do Maranhão, isso é praticamente uma tortura.

O desabafo dos estudantes

"A gente se sente completamente abandonado", desabafa uma aluna de Psicologia que preferiu não se identificar. "Pago passagem, me esforço, e chego aqui para encontrar portas fechadas e avisos de aula cancelada. É desanimador."

Outro estudante de Design complementa: "Como vou aprender design digital sem equipamentos decentes? Estamos sendo preparados para o mercado com ferramentas do século passado. É uma piada de mau gosto."

A superlotação das salas é outro problema grave. Turmas com 60 alunos em espaços projetados para 30 — quando a pandemia já mostrou os riscos disso. O conforto e a atenção ficam comprometidos, e o aprendizado, obviamente, também.

E as respostas da administração?

Parece que ninguém quer assumir a responsabilidade. Os estudantes já procuraram coordenadores, diretores, reitoria — e só recebem promessas vazias. "Estamos trabalhando para resolver", dizem. Mas o semestre vai passando e a situação permanece a mesma.

É triste ver uma instituição federal — que deveria ser referência em ensino público — nesse estado de abandono. Os alunos merecem mais, muito mais. E a sociedade também, já que são futuros profissionais que estarão cuidando da saúde mental e criando soluções visuais para o mercado.

Enquanto isso, a conta chega para todos: estudantes com formação comprometida, professores sobrecarregados e uma universidade que vai perdendo sua credibilidade a cada semestre. Alguém precisa fazer alguma coisa — e rápido.