Brasil não bate meta de vagas em creches: milhares de crianças ficam sem acesso à educação infantil
Brasil falha em meta de vagas em creches públicas

Parece que o Brasil tropeçou mais uma vez quando o assunto é educação infantil. Os números estão aí, fresquinhos e nada animadores: o país não conseguiu bater a meta de vagas em creches, deixando um exército de crianças pequenas — e suas famílias — na mão.

Não é de hoje que esse problema ronda como um fantasma. Mas em 2025, a situação parece ter virado uma espécie de labirinto sem saída. Segundo os dados mais recentes, a taxa de cobertura ficou estagnada em patamares vergonhosamente baixos, especialmente nas periferias das grandes cidades.

O retrato de um descaso

Enquanto o governo federal prometia mundos e fundos, na prática, a coisa ficou no "quase lá". A meta era ambiciosa? Talvez. Mas o que se vê são mães desesperadas fazendo malabarismos para conciliar trabalho e cuidados com os filhos — muitas vezes tendo que optar por deixá-los em situações de risco.

"É uma faca no peito", desabafa Maria, moradora da zona leste de São Paulo, que há oito meses tenta vaga para o caçula. "Ou pago alguém pra cuidar — o que não tenho como bancar — ou perco o emprego."

Os números que doem

  • Apenas 35% das crianças de 0 a 3 anos têm acesso a creches públicas
  • Nas regiões Norte e Nordeste, o índice cai para menos de 25%
  • Mais de 2 milhões de famílias estão na fila de espera

E olha que tem um detalhe cruel: onde tem vaga, muitas vezes a estrutura é tão precária que mais parece um depósito de crianças do que um espaço educativo. Banheiros improvisados, refeitórios minúsculos e profissionais sobrecarregados completam o cenário desolador.

Efeito dominó

O problema é que isso não afeta só as crianças. Sem creche, as mulheres — porque sim, ainda recai sobre elas o peso maior — são empurradas para a informalidade ou saem do mercado de trabalho. A economia perde, as famílias se afundam na pobreza, e o ciclo vicioso se perpetua.

Especialistas alertam: "Estamos plantando uma bomba-relógio social". Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento cognitivo e emocional. Negar isso é condenar gerações inteiras a uma escada social quebrada desde o primeiro degrau.

Enquanto isso, nas esferas do poder, o assunto parece ter virado uma bola de pingue-pongue. Municípios alegam falta de repasse, estados jogam a responsabilidade para a União, e o governo federal... bem, você já sabe como termina essa história.

Fica a pergunta que não quer calar: quando é que a primeira infância vai deixar de ser tratada como mero discurso eleitoreiro para virar prioridade de verdade?