O mercado de trabalho brasileiro atingiu um marco histórico positivo no trimestre encerrado em novembro de 2025. A taxa de desocupação caiu para 5,2%, o menor nível registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
Recordes de ocupação e queda na busca por emprego
O número de pessoas ocupadas no país alcançou um novo recorde, chegando a 103,2 milhões. Esse contingente representa 59,0% da população com 14 anos ou mais, também a maior proporção da série. Em sentido oposto, o total de brasileiros em busca de uma vaga recuou para 5,644 milhões, o menor já contabilizado pela pesquisa.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, explicou que a manutenção do emprego em patamar elevado ao longo de 2025 foi crucial. "Isso reduziu significativamente a pressão por busca de trabalho e sustentou a queda da desocupação", afirmou a especialista.
Queda da informalidade e avanço da renda
O cenário positivo se refletiu também na qualidade dos postos de trabalho. A taxa de informalidade recuou para 37,7%, influenciada principalmente por dois fatores:
- Recorde de trabalhadores com carteira assinada, que totalizaram 39,4 milhões.
- Aumento do emprego no setor público.
Os ganhos se estenderam para os salários. O rendimento médio real habitual atingiu R$ 3.574, um novo recorde da série, com alta de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com mais pessoas trabalhando e recebendo melhores salários, a massa de rendimentos real chegou a R$ 363,7 bilhões, quase R$ 20 bilhões a mais que em 2024.
Setores que puxaram a expansão
A análise setorial mostra que a expansão do emprego no trimestre foi impulsionada principalmente por administração pública, educação e saúde. Na comparação anual, os setores de transporte e logística também apresentaram avanço significativo.
Outro indicador que reforça a melhora é a taxa de subutilização da força de trabalho, que mede quantas pessoas poderiam trabalhar mais ou estão fora do mercado. Esse índice caiu para 13,5%, o menor da série, com a população subutilizada recuando para 15,4 milhões de pessoas.
Os dados consolidam um ciclo virtuoso no mercado de trabalho brasileiro, com mais vagas formais, menos desemprego e maior poder de compra, reforçando o impulso da atividade econômica do país.