Empresário condenado a 12 anos por dopar e estuprar mulher em PE
Rodrigo Carvalheira condenado a 12 anos por estupro

O empresário pernambucano Rodrigo Dib Carvalheira foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado por cometer estupro de vulnerável. A sentença foi proferida nesta segunda-feira (10) pela juíza Blanche Maymone Pontes Matos, da 18ª Vara Criminal da Capital.

Detalhes do crime e padrão de conduta

O caso julgado refere-se a um crime ocorrido em março de 2019, durante o carnaval. A vítima, que era amiga do acusado, relatou que havia voltado para casa após uma festa quando Rodrigo Carvalheira chegou de surpresa.

"Eu já tinha bebido o dia inteiro, estava muito vulnerável. Ele virou um copo de bebida, então eu tomei um comprimido sem saber o que era. Não consegui ter reação nenhuma", declarou a mulher em seu depoimento.

Ela acordou no dia seguinte após sofrer um "blackout" e percebeu sinais de abuso sexual. O nome da vítima não será divulgado para preservar sua dignidade.

Múltiplas acusações e histórico processual

Ao todo, seis mulheres denunciaram à polícia terem sido estupradas por Rodrigo Carvalheira. No processo que resultou na condenação, foram ouvidas testemunhas, incluindo outras três mulheres que relataram terem passado por situações similares.

Segundo a juíza, esses depoimentos não configuram prova direta, mas "servem como elemento de corroboração quanto ao modus operandi do acusado". A magistrada destacou o padrão reiterado de conduta: "fornecimento de comprimido, seguido de perda total ou parcial de consciência das mulheres e ato sexual seguinte".

Liberdade provisória e recursos

Apesar da condenação, Rodrigo Carvalheira continuará respondendo ao processo em liberdade, sendo monitorado com tornozeleira eletrônica. A magistrada manteve a liberdade provisória do acusado mediante aplicação de medidas cautelares.

O empresário já havia sido preso em abril de 2024, solto quatro dias depois e preso novamente em junho, passando mais cinco meses na prisão. Desde então, ele responde aos processos em liberdade.

A defesa do empresário alegou que a relação sexual foi consensual, argumento que a juíza considerou incompatível com as provas produzidas. Ao ser ouvido, Rodrigo Carvalheira negou os fatos, mas pediu desculpas por seus comportamentos.

A decisão judicial destacou que o réu demonstrou "personalidade desvirtuada e voltada à manipulação" e fez um esforço "ativo e consciente para obstruir a Justiça e silenciar a vítima". A pena de 12 anos foi fixada considerando elementos de culpabilidade, personalidade do acusado e as circunstâncias do crime.