Família de Gari Assassinado em BH Cobra Justiça em Audiência Pública na ALMG — Veja os Detalhes
Família de gari assassinado cobra justiça na ALMG

O clima estava pesado, carregado de uma dor que você sente no ar. Essa terça-feira (20) não foi um dia qualquer na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Longe disso. A família de Antônio Fernandes — o gari brutalmente assassinado a pauladas no final de julho, no bairro Goiânia, em BH — subiu a rampa do poder com um único objetivo: ser ouvida.

E foram. Com lágrimas nos olhos e uma coragem que poucos de nós teríamos, eles narraram cada detalhe daquela tarde horrível. A filha dele, dona Maria, com a voz embargada mas firme, disse uma coisa que ecoou pelo plenário: “Meu pai saiu para trabalhar e não voltou. Isso não pode ficar assim”. Simples assim. E devastador.

Mas não parou por aí. O irmão da vítima, Seu João, foi direto ao ponto, cutucando a consciência de todo mundo presente. Ele questionou a falta de suporte psicológico para a família e a demora nos processos. Disse que se sentem abandonados, à própria sorte, depois de uma tragédia que já é pesada demais para carregar.

O Que a Família Está Pedindo?

O pleito vai muito além do caso individual. Eles bateram na tecla de que a categoria dos garis, esses heróis invisíveis que mantêm a cidade limpa, precisa de mais proteção. Urgentemente. Melhorias nas condições de trabalho, um olhar mais atento para a segurança desses profissionais e, claro, uma investigação rápida e eficaz para que crimes como esse não fiquem impunes.

Do outro lado, os deputados presentes — de diversos partidos, é bom que se diga — pareciam genuinamente comovidos. Prometeram agilidade na apuração e se comprometeram a estudar propostas que possam amparar melhor os trabalhadores. Só o tempo vai dizer se essas promessas sairão do papel, mas a pressão agora está feita.

Uma coisa é certa: a dor de uma família transformou-se, naquele plenário, em um grito coletivo por justiça e dignidade. O caso do Antônio, infelizmente, não é isolado. E é por isso que ecoa tão forte. Resta saber se os ouvidos do poder estão, de fato, escutando.