O mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo de 85.864 postos de trabalho com carteira assinada no mês de novembro. Os dados, divulgados nesta terça-feira, 30 de dezembro de 2025, pelo Ministério do Trabalho, fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e completam os onze meses do ano com as contratações no positivo.
Resultado mais fraco desde 2020
Apesar do avanço, o saldo de novembro é o mais fraco para o mês desde 2020, início da nova série metodológica do Caged. O resultado foi construído a partir de 1.979.902 admissões e 1.894.038 desligamentos ao longo do período. Com mais um mês no azul, o total de trabalhadores com registro em carteira segue em trajetória de crescimento, alcançando 49,09 milhões de pessoas em novembro. Em outubro, esse número era de 49 milhões, e em novembro de 2024, de 47,5 milhões.
Setores que puxaram as contratações
Uma análise mais detalhada por setor da economia revela uma realidade desigual. Do total de cinco grandes segmentos, apenas dois foram responsáveis por toda a geração líquida de emprego formal em novembro.
O comércio liderou a criação de vagas, com uma abertura líquida de 78,2 mil novos postos de trabalho. Na sequência, o setor de serviços contribuiu com outras 75,1 mil vagas no período. Juntos, esses dois setores foram os motores do resultado positivo do Caged.
Setores em retração com demissões líquidas
Por outro lado, três importantes setores apresentaram saldo negativo, com mais demissões do que contratações. A indústria foi a que mais perdeu posições, registrando o fechamento líquido de 27,1 mil empregos.
A construção civil também viveu um mês difícil, com o encerramento de 23,8 mil vagas. O setor de agropecuária completou o trio, com a perda líquida de 16,5 mil postos de trabalho em novembro.
Os números do Caged consolidam um ano de avanços, porém com sinais de desaceleração e concentração da geração de emprego formal em setores específicos, enquanto atividades tradicionais como indústria e construção enfrentam desafios.