
Parece que o mercado financeiro acordou hoje com o pé esquerdo. Enquanto o dólar dava uma leve subidinha, a Bolsa de Valores decidiu tomar rumo oposto e fechou no vermelho. Não foi nada dramático, mas suficiente para deixar todo mundo de olho no que acontece do outro lado do hemisfério.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira cotado a R$ 5,168 na venda - uma alta de 0,12% se comparado ao dia anterior. Do outro lado do ringue, o Ibovespa, nosso principal indicador de ações, recuou 0,44% e estabilizou-se nos 116.351 pontos.
O fantasma do shutdown americano
Mas qual é o motivo dessa agitação? A resposta está em Washington. O Congresso americano precisa aprovar um orçamento até meia-noite de sábado - sim, esse mesmo sábado que está batendo na porta. Se não chegarem a um acordo, lá se vai o governo federal dos EUA para uma paralisação técnica.
E olha, ninguém gosta de incerteza - muito menos o mercado financeiro. É como combinar de sair com amigos e ficar na dúvida se o rolê vai acontecer ou não. Só que, nesse caso, estamos falando da maior economia do mundo.
E o Brasil nessa história toda?
Pois é, pode parecer distante, mas quando os EUA espirram, o mundo todo pega pneumonia. Qualquer turbulência por lá se reflete aqui através do câmbio e do mercado acionário. Os investidores ficam com um pé atrás e tendem a buscar proteção em ativos mais seguros.
Não é exagero dizer que muitos operadores passaram o dia de hoje de olho nas notícias que vinham de Washington enquanto monitoravam suas telas de negociação. Uma verdadeira jornada dupla de trabalho.
O que me preocupa é que essa situação pode se prolongar. Esses impasses políticos nos EUA estão ficando cada vez mais frequentes - quase uma tradição indesejada. E enquanto os congressistas americanos não se entendem, o mercado fica nesse vai e vem que prejudica todo mundo.
Para o investidor comum, dias como hoje servem de lembrete: o mercado é mesmo uma montanha-russa. Melhor manter a calma e não tomar decisões por impulso.