O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira, 14 de novembro de 2025, uma significativa redução nas tarifas de importação aplicadas a produtos agrícolas brasileiros. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, representa uma importante mudança na política comercial americana em vigor desde abril.
Produtos beneficiados pela isenção tarifária
De acordo com comunicado oficial da Casa Branca, a isenção das tarifas recíprocas abrange diversos produtos estratégicos para o agronegócio brasileiro. Entre os itens que deixarão de estar sujeitos às tarifas estão: café e chá, frutas tropicais, sucos de frutas, cacau, especiarias, bananas, laranjas, tomates, carne bovina e fertilizantes adicionais.
A ordem executiva entra em vigor retroativamente à meia-noite de quinta-feira, 13 de novembro, marcando uma reviravolta na posição do governo Trump, que historicamente defendeu que suas tarifas de importação não contribuíam para a inflação.
Contexto político e econômico da decisão
Esta mudança ocorre em um momento de crescente preocupação dos norte-americanos com os preços persistentemente altos dos alimentos. A decisão segue uma série de vitórias dos democratas em eleições estaduais e municipais na Virgínia, Nova Jersey e Nova York, onde a acessibilidade econômica foi tema central das campanhas.
A medida modifica o escopo das tarifas recíprocas que Trump havia anunciado inicialmente em 2 de abril de 2025, quando impôs uma taxa de 10% para produtos brasileiros como parte de um "tarifaço" global que também afetou outros países.
Reações do setor exportador brasileiro
As entidades representativas do agronegócio brasileiro reagiram com cautela à decisão americana. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que está avaliando se a Ordem Executiva se aplica "à tarifa base de 10%, à de 40% [adicional] ou a ambas".
"O Cecafé está em contato com seus pares americanos, neste momento, para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta", afirmou a entidade em nota oficial.
Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) considerou positiva a decisão do governo norte-americano. "A medida reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a importância da carne do Brasil, marcada pela qualidade, pela regularidade e pela contribuição para a segurança alimentar mundial", declarou a associação.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que ainda está analisando a Ordem Executiva assinada por Trump. Apesar do anúncio, ainda não foi divulgado o percentual exato da redução tarifária que será aplicada aos produtos brasileiros.