O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nesta sexta-feira (14) que a taxa de desemprego apresentou queda em dois estados brasileiros durante o terceiro trimestre de 2025. Rio de Janeiro e Tocantins foram as unidades da Federação que registraram redução na desocupação entre julho e setembro deste ano.
Panorama estadual do mercado de trabalho
Enquanto Rio de Janeiro e Tocantins comemoram a diminuição do desemprego, outras 25 unidades federativas mantiveram estabilidade no indicador, sem variações consideradas significativas pelo instituto. Santa Catarina e Mato Grosso continuam na liderança como os estados com menores taxas de desocupação, ambos registrando impressionantes 2,3%.
Na outra ponta do ranking, Pernambuco permanece como a única unidade da Federação com índice de dois dígitos, alcançando 10% de desemprego. O estado é seguido por Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%), completando o trio com as piores situações no mercado de trabalho brasileiro.
Recordes históricos e análise regional
O terceiro trimestre de 2025 trouxe conquistas significativas para onze estados brasileiros, que alcançaram suas menores taxas de desemprego da série histórica iniciada em 2012. Entre os recordistas estão Mato Grosso (2,3%), Espírito Santo (2,6%), Mato Grosso do Sul (2,9%), Tocantins (3,8%), Rio Grande do Sul (4,1%), Ceará (6,4%), Paraíba (7%), Rio Grande do Norte (7,5%), Sergipe (7,7%), Distrito Federal (8%) e Bahia (8,5%).
William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, explicou que os resultados refletem a estrutura econômica de cada região. Santa Catarina se beneficia de uma economia diversificada com forte presença industrial, além de setores como agropecuária e turismo, que favorecem a empregabilidade.
Por outro lado, o pesquisador destacou que regiões como o Nordeste ainda enfrentam desafios históricos, incluindo menor diversificação de atividades econômicas e dificuldades na área de educação, fatores que impactam negativamente os índices de ocupação.
Informalidade e desemprego de longa duração
O relatório do IBGE também evidenciou profundas disparidades regionais na taxa de informalidade. Maranhão lidera este indicador preocupante com 57% da população ocupada trabalhando sem carteira assinada ou CNPJ no setor privado. Pará (56,5%) e Piauí (52,7%) completam o ranking dos estados com maior informalidade.
Na contramão, Santa Catarina (24,9%), Distrito Federal (26,9%) e São Paulo (29,3%) apresentaram os menores percentuais de trabalhadores na informalidade. No Brasil como um todo, o indicador ficou em 37,8% no terceiro trimestre.
Outro dado que chama atenção é o tempo de busca por emprego. Um em cada cinco desempregados procura trabalho há dois anos ou mais, representando 19,5% do total de desocupados, o equivalente a 1,2 milhão de pessoas. Mais da metade dos desempregados (50,8% ou 3,1 milhões) busca oportunidades há entre um mês e menos de um ano.
O mercado de trabalho brasileiro mostra sinais de recuperação nos últimos anos, impulsionado por estímulos governamentais à economia, mudanças demográficas e impactos da tecnologia. Embora economistas identifiquem uma acomodação gradual na geração de emprego e renda, as projeções indicam que o desemprego deve se manter em patamares baixos para os padrões históricos nos próximos trimestres.