Justiça argentina dá ultimato à YPF: empresa tem 90 dias para quitar dívida bilionária
YPF tem 90 dias para pagar dívida de US$ 1,3 bi, decide Justiça

Eis que a justiça argentina resolveu botar o pé no acelerador — e não foi pouco. A petrolífera estatal YPF, que já vinha nadando contra a corrente nos últimos anos, acaba de receber um ultimato judicial que deixou o mercado de cabelo em pé: regularizar uma dívida de US$ 1,3 bilhão em apenas 90 dias. Sim, você leu certo. Três meses.

O juiz federal Ricardo Lorenzetti, conhecido por não ter papas na língua (ou na caneta, no caso), determinou que a empresa tem até 15 de novembro para acertar as contas com um grupo de credores internacionais. Caso contrário... Bem, aí a coisa pode ficar feia.

O que está em jogo?

Detalhe curioso: essa dívida não é nova. Vem de 2012, quando a então presidente Cristina Kirchner decidiu estatizar 51% das ações da YPF — uma jogada polêmica que rendeu processos em pelo menos cinco jurisdições diferentes. Os credores, é claro, não engoliram a manobra e entraram na Justiça.

E agora, quase 12 anos depois, o veredito chegou:

  • A YPF terá que desembolsar o equivalente a 15% de seu valor de mercado
  • O pagamento inclui juros acumulados desde 2014
  • Se não cumprir, ativos no exterior podem ser penhorados

Não é brincadeira. Especialistas em direito internacional já estão de olho nos navios petroleiros e escritórios da empresa espalhados pelo mundo — de Madri a Houston.

E o governo argentino?

Aqui a coisa fica ainda mais interessante. O atual ministro da Economia, Luis Caputo, já deu sinais de que não pretende colocar a mão no bolso para ajudar a YPF. "Isso é problema da empresa", teria dito em off para assessores. Dura posição, considerando que o Estado argentino ainda detém 51% do controle.

Enquanto isso, nas ruas de Buenos Aires:

  1. Sindicatos petroleiros prometem greve se houver cortes
  2. Oposição acusa o governo de "lavar as mãos"
  3. Analistas preveem queda nas ações já na abertura do mercado

E você, o que acha? Uma decisão justa ou um tiro no pé da já combalida economia argentina? O fato é que os próximos 90 dias prometem — no mínimo — muita tensão no Mercosul.