O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, a necessidade de manter os juros em patamares elevados para combater a inflação, que persiste acima da meta estabelecida pelo governo.
Inflação fora do controle
Durante coletiva de imprensa para apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira, Galípolo destacou que em nenhum dos onze meses do ano atual a inflação ficou dentro do limite máximo da meta. O economista enfatizou que, segundo todas as projeções disponíveis, ele passará pelo menos dois terços de seu mandato sem cumprir o objetivo inflacionário.
"Todo o mundo pode brigar com o Banco Central, mas o que não pode é o Banco Central brigar com os dados", declarou o presidente da autarquia, defendendo o trabalho técnico da instituição.
Números que preocupam
O IPCA, indicador oficial de preços do Brasil, encerrou outubro com acumulado de 4,7% em 12 meses, ultrapassando pelo décimo terceiro mês consecutivo o teto de tolerância de 4,5%. A meta central de inflação é de 3%, com banda de tolerância que varia de 1,5% a 4,5%.
Galípolo assumiu a presidência do BC em janeiro deste ano e tem mandato de quatro anos, até o final de 2028. No entanto, as projeções do mercado, medidas pelo Boletim Focus, indicam que até 2028 o IPCA ainda não terá alcançado os 3% centrais da meta, com estimativa atual de 3,5%.
Compromisso com a estabilidade
O presidente do Banco Central foi categórico ao afirmar que a instituição mantém taxa de juros restritiva como instrumento necessário para cumprir seu objetivo principal. "Temos a meta e um instrumento para cumpri-la, que é a política monetária. E está bem claro por que estamos com a taxa de juros restritiva e por que entendemos que é necessário permanecer nesse patamar", explicou.
Galípolo ressaltou que, entre todas as instituições públicas, o Banco Central é aquela com objetivo mais claro e numérico: o controle da inflação. A manutenção dos juros em patamares elevados representa, segundo ele, uma medida objetiva para enfrentar o desafio inflacionário que persiste na economia brasileira.