Dólar cai e Bolsa sobe no último pregão de 2025, com real e Ibovespa em alta histórica
Dólar cai, Bolsa sobe e desemprego atinge mínima histórica

O mercado financeiro brasileiro encerra o ano com números positivos. Nesta terça-feira, 30 de dezembro, último pregão de 2025, o dólar apresentou queda expressiva e a Bolsa de Valores registrou alta, consolidando um dos melhores desempenhos anuais para o real e para o índice Ibovespa desde 2016.

Mercado encerra o ano com otimismo

Por volta das 12h30, a moeda norte-americana recuava 1,44%, sendo negociada a R$ 5,491. A sessão foi marcada pela liquidez reduzida nos mercados internacionais, um cenário comum durante o período das festas de fim de ano.

Do outro lado, o Ibovespa abriu em alta e se manteve firme, operando acima dos 161 mil pontos, impulsionado pelo bom desempenho das blue chips, como Vale e Itaú Unibanco. No mesmo horário, o principal índice do mercado acionário brasileiro avançava 0,48%, chegando a 161.261,29 pontos.

Dados econômicos nacionais surpreendem

Enquanto os agentes de mercado aguardavam a publicação da ata da última reunião do Federal Reserve, marcada para as 16h, os dados locais chamaram a atenção. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro.

Este resultado representa uma queda em relação aos 5,6% registrados no trimestre até agosto, que serve como base de comparação. Mais significativo ainda: o índice de 5,2% é a menor taxa da série histórica iniciada em 2012, batendo o recorde anterior de 5,4% observado até outubro deste ano.

Contas públicas e projeções de inflação

Na segunda-feira, 29, o Tesouro Nacional trouxe outro dado relevante. O governo central registrou um déficit primário de R$ 20,172 bilhões em novembro, valor superior às projeções de economistas consultados pela Reuters, que esperavam um rombo de R$ 13,5 bilhões.

Após a divulgação, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o resultado primário do ano deve ficar "mais próximo do centro da meta do que do piso", sinalizando uma certa tranquilidade com o cumprimento das metas fiscais.

Também na segunda-feira, a pesquisa Focus do Banco Central mostrou um cenário de expectativas de inflação em queda. Analistas consultados pela autoridade monetária reduziram marginalmente suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para 2025, a estimativa caiu para 4,32%, ante 4,33% da semana anterior, marcando o sétimo corte consecutivo. Para 2026, a expectativa também recuou, indo para uma mediana de 4,05%, de 4,06% na semana anterior, na sexta queda seguida.

O conjunto de dados – desemprego em mínima histórica, inflação com expectativas em queda contínua e um mercado financeiro robusto no fechamento do ano – pinta um quadro de relativo otimismo para a economia brasileira na virada do calendário, apesar do desafio representado pelo resultado fiscal de novembro.