Em uma movimentação financeira de grande porte para enfrentar uma crise prolongada, os Correios concluíram um acordo de empréstimo no valor de 12 bilhões de reais. A operação, essencial para reforçar o caixa da empresa estatal, foi firmada com um consórcio de cinco dos maiores bancos do país.
Detalhes do acordo bilionário
O empréstimo foi formalizado com as instituições financeiras Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A validade do contrato se estende até o ano de 2040, conforme publicação oficial no Diário Oficial da União no sábado, 27 de dezembro de 2025.
Um ponto crucial do acordo é a garantia do Poder Executivo federal. Essa medida, autorizada pelo Tesouro Nacional, serve como um respaldo direto do governo, reduzindo significativamente o risco percebido pelos bancos credores. Na prática, se os Correios não puderem pagar, a responsabilidade pelo cumprimento das parcelas recairá sobre o governo federal.
Contexto e aprovação pelo Tesouro
Esta operação surge como parte do plano de reestruturação da empresa, que enfrenta sérias dificuldades financeiras há anos. O caminho até a assinatura não foi direto. Semanas antes, o Tesouro Nacional havia rejeitado uma proposta anterior de empréstimo no valor de 20 bilhões de reais.
A proposta barrada previa juros anuais de 20%, um percentual considerado acima do limite aceitável pelo comitê avaliador, que era de 18%. A oferta finalmente aprovada e fechada na sexta-feira, 26 de dezembro, respeitou os critérios estabelecidos, incluindo o teto de juros para operações com garantia da União.
De acordo com o Tesouro, o empréstimo atendeu a todos os requisitos necessários para a avaliação da capacidade de pagamento de uma estatal que possui um plano de reequilíbrio aprovado pelas instâncias competentes.
Impactos e próximos passos
A injeção de recursos tem como objetivo principal fortalecer o caixa dos Correios, proporcionando um fôlego financeiro para que a empresa execute seu plano de recuperação. A garantia federal foi o elemento chave para viabilizar um crédito deste vulto em condições consideradas adequadas pelo Tesouro.
Com os recursos assegurados até 2040, a estatal ganha um horizonte de longo prazo para reordenar suas finanças e operações. A medida demonstra o comprometimento do governo em apoiar a reestruturação da empresa, ainda que isso implique assumir um risco contingente significativo.
O sucesso da operação, no entanto, dependerá da eficácia na aplicação desses recursos e na execução do plano de reequilíbrio que justificou o aval do Tesouro Nacional.