As contas do governo central registraram um resultado negativo expressivo no mês de novembro, aprofundando as preocupações com a situação fiscal do país. Os dados oficiais divulgados pelo Tesouro Nacional mostram um rombo que superou as expectativas do mercado e evidenciou uma forte deterioração em relação ao ano anterior.
Resultado de novembro surpreende negativamente
O governo central, conjunto que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, fechou o mês de novembro de 2025 com um déficit primário de R$ 20,2 bilhões. Esse valor representa uma piora dramática de 328,8% em comparação com novembro de 2024, após descontada a inflação. Naquele mês do ano passado, o resultado negativo havia sido de R$ 4,5 bilhões.
O desempenho ficou bem acima do esperado pelos analistas. A pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, projetava um déficit menor, de R$ 12,7 bilhões para o período. A combinação de fatores que levou a esse resultado foi clara: de um lado, uma queda de R$ 8,4 bilhões na receita líquida; de outro, um aumento de R$ 7,1 bilhões nas despesas totais. Em resumo, o governo arrecadou menos e gastou mais.
Acumulado do ano também preocupa
Olhando para o período de janeiro a novembro de 2025, o quadro geral não é mais animador. O déficit primário acumulado chegou a R$ 83,8 bilhões. Quando comparado ao mesmo intervalo de 2024, que registrou um rombo de R$ 67 bilhões em termos nominais, fica evidente a trajetória de deterioração das contas públicas ao longo deste ano.
O resultado primário é um indicador crucial da saúde fiscal, pois mostra a diferença entre o que o governo arrecada e o que gasta, excluindo os pagamentos de juros da dívida. Quando as despesas superam as receitas, como ocorreu, configura-se um déficit. Quando ocorre o oposto, há um superávit.
Contexto e divulgação dos dados
Os números foram oficialmente divulgados pelo Tesouro Nacional na tarde desta segunda-feira, dia 29 de dezembro de 2025. A divulgação periódica desses dados é essencial para a transparência e para que o mercado e a sociedade acompanhem a execução orçamentária e a disciplina fiscal do governo federal.
A piora significativa em um único mês, especialmente em um contexto de tentativas de equilíbrio das contas, acende um sinal de alerta para os gestores da economia. Os próximos meses serão decisivos para entender se novembro foi uma exceção ou o início de uma tendência mais preocupante para as finanças públicas brasileiras.