O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, que os principais bancos do país reconhecem a existência de espaço para cortes na taxa básica de juros da economia brasileira. A declaração ocorreu após reunião com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Consenso sobre redução da Selic
Durante entrevista ao canal CNN Brasil, Haddad revelou que executivos do setor bancário manifestaram concordância com a avaliação de que a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, poderia ser reduzida. Este patamar representa o maior nível em quase duas décadas.
"A visão de que os juros poderiam ser reduzidos é avalizada, por assim dizer, pelos bancos que se reuniram comigo hoje pela manhã", afirmou o ministro. "De que efetivamente, a taxa de juros tem espaço para corte", completou Haddad.
Elogios ao Banco Central
Em meio às discussões sobre política monetária, o ministro destacou o trabalho do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que recebeu elogios públicos. "Acredito que ele está fazendo um bom trabalho no Banco Central", declarou Haddad.
O ministro lembrou que Galípolo foi seu braço direito no governo antes de ser indicado para a diretoria do BC. Haddad também enfatizou que as atribuições da autoridade monetária vão além das decisões sobre a Selic, elogiando a atuação de Galípolo na regulação do setor financeiro, com atenção especial às fintechs.
Questão institucional, não pessoal
Haddad foi categórico ao afirmar que a divergência entre a Fazenda e os bancos em relação ao nível atual dos juros não se trata de uma questão pessoal, mas institucional. O ministro reforçou que o debate sobre a taxa básica de juros deve considerar os interesses maiores da economia nacional.
A reunião com a Febraban marca mais um capítulo no diálogo entre o governo e o setor financeiro sobre o rumo da política monetária brasileira, em um momento onde a Selic de 15% ao ano impacta diretamente o custo do crédito para empresas e consumidores.