Exportadores de café pressionam por inclusão na lista de exceções dos EUA — o que está em jogo?
Exportadores querem café na lista de exceções comerciais dos EUA

O aroma do café brasileiro pode estar prestes a enfrentar um obstáculo nos mercados internacionais — e os exportadores já estão de olho no problema. Nesta semana, representantes do setor iniciaram uma verdadeira "operação resgate" para incluir o produto na lista de exceções comerciais dos Estados Unidos. Afinal, quem diria que nossos grãos dourados precisariam de um salvo-conduto?

Segundo fontes próximas às negociações, a medida visa driblar as "tarifas pesadas que ameaçam engolir a margem de lucro como um espresso mal passado". O tom alarmista não é à toa: os EUA consomem cerca de 25% da produção global de café, sendo o segundo maior importador do produto brasileiro.

O xadrez comercial por trás da xícara matinal

O movimento surge num momento delicado:

  • As taxas de importação americanas subiram como espuma no cappuccino
  • Concorrentes como Colômbia e Vietnã respiram no pescoço do Brasil
  • Os custos logísticos viraram um pesadelo pós-pandemia

Curiosamente, enquanto os políticos discutem números, os produtores rurais vivem na pele o drama. "Estamos entre a cruz e a cafeteira", brinca (sem graça) um fazendeiro de Minas Gerais, que prefere não se identificar. Ele revela que muitos colegas já consideram substituir plantações por culturas menos arriscadas.

Os três cenários possíveis

  1. Cenário otimista: Inclusão imediata na lista — os preços se mantêm competitivos
  2. Cenário realista: Negociações arrastadas — perda temporária de mercado
  3. Cenário pessimista: Barreira permanente — migração de compradores para outros origens

Especialistas ouvidos pelo nosso time destacam que, por trás da discussão técnica, esconde-se uma batalha por sobrevivência. "Não se trata apenas de dólares, mas de manter viva uma tradição que sustenta milhares de famílias", analisa a economista Carla Mendonça, especialista em comércio exterior.

Enquanto isso, nas mesas de negociação em Brasília, o clima lembra aquela xícara esquecida no fogão — ninguém sabe se vai esfriar ou evaporar completamente. A próxima rodada de discussões está marcada para 15 de novembro, quando representantes do Ministério da Agricultura devem se reunir com a Câmara de Comércio Brasil-EUA.