
Setembro não foi nada gentil com os pecuaristas. O mês que prometia recuperação acabou fechando as porteiras com um tombo considerável nos preços do boi gordo. Uma queda que deixou muitos produtores coçando a cabeça e recalculando as contas do ano.
Os números não mentem: a arroba do boi gordo recuou mais de 3% nas principais praças do país. Em alguns lugares, a queda foi ainda mais acentuada - coisa para fazer o produtor pensar duas vezes antes de mandar o gado para o frigorífico.
O que explica essa sangria nos preços?
Parece que vários fatores se aliaram contra o pecuarista. A oferta aumentou significamente, com mais animais chegando às prateleiras. E quando a oferta sobe e a demanda não acompanha, o resultado é praticamente uma lei da física econômica: os preços caem.
Mas não é só isso. O consumidor anda mais contido, segurando o dinheiro no bolso. A economia ainda patina em alguns setores, e o brasileiro médio pensa três vezes antes de comprar aquela picanha no fim de semana.
E os especialistas, o que dizem?
Os analistas do mercado estão com opiniões divididas. Alguns acham que o pior já passou, outros acreditam que outubro ainda trará mais turbulência. "É um momento de cautela", comenta um economista do setor que prefere não se identificar. "O produtor precisa ser estratégico na hora de comercializar."
O que ninguém discute é que os custos de produção continuam nas alturas. Ração, manutenção, transporte - tudo pesando no bolso do pecuarista. E com os preços de venda em baixa, a conta não fecha fácil.
E agora, José?
Para o produtor que está lendo isso e sentindo o aperto, a dica é: calma. O mercado pecuário sempre foi cíclico. Mesmo assim, é preciso ficar de olho em algumas oportunidades:
- Acompanhe diariamente as cotações - informação é poder
- Diversifique se possível - não coloque todos os ovos na mesma cesta
- Negocie prazos com os fornecedores para aliviar o fluxo de caixa
- Estude alternativas de comercialização, como vendas diretas
O certo é que setembro serviu como um alerta. O final do ano se aproxima, e com ele a esperança de que as festas de fim de ano aqueçam o consumo. Até lá, o jeito é segurar as pontas e torcer para que outubro trague ventos mais favoráveis.
Como dizem os mais antigos no ramo: na pecuária, tem ano que a gente ganha dinheiro e tem ano que a gente ganha experiência. Setembro, definitivamente, foi dos últimos.