Algodão em Queda Livre: Preço Afunda aos Níveis Mais Baixos em Uma Década e Deixa Produtores em Alerta
Algodão atinge menor preço desde 2015

Parece que o algodão resolveu brincar de montanha-russa com o bolso dos produtores — e infelizmente, estamos na parte mais baixa do trajeto. A situação está tão complicada que os preços praticamente derreteram, atingindo uma média que não víamos há praticamente uma década. É daquelas notícias que faz o produtor coçar a cabeça e repensar todos os cálculos da safra.

Os números são realmente impressionantes, e não no bom sentido. A saca de 15 quilos, aquela que já valeu bem mais, hoje está sendo negociada por uma média de R$ 101,67. Parece até piada de mau gosto para quem lembra dos tempos áureos. E olha que essa queda não foi gradual não — foi mais como um tombo em degrau quebrado.

O que está por trás desse vendaval no mercado?

Bom, a receita para essa sopa amarga tem vários ingredientes. Primeiro, a produção nacional aumentou — e muito. Quando a oferta sobe e a demanda não acompanha, a matemática é cruel: os preços caem. É a velha lei da oferta e procura mostrando suas garras.

Mas não para por aí. O cenário internacional também não está nada favorável. A China, que sempre foi uma grande compradora, está com o pé no freio. E quando os chineses espirram, o mercado mundial do algodão pega pneumonia. Sem falar na valorização do dólar, que complica ainda mais as exportações.

E os produtores, como estão lidando com isso?

Ah, essa é a parte mais complicada. Conversando com alguns cotonicultores, dá para sentir o desânimo no ar. Muitos fizeram investimentos pesados contando com preços mais altos, e agora se veem entre a cruz e a espada. "É como plantar dinheiro e colher prejuízo", me disse um produtor de Goiás, que preferiu não se identificar.

Alguns estão diversificando, outros estão segurando o produto na esperança de uma melhora nos preços. Mas armazenagem custa caro, e a ansiedade também. É um jogo de paciência que nem todo mundo tem condições de bancar.

A verdade é que o algodão está passando por um daqueles ciclos típicos do agronegócio — só que dessa vez, a curva foi mais acentuada. E enquanto os números não melhoram, os produtores vão tendo que se virar nos trinta, adaptando-se a uma realidade que, convenhamos, não é das mais animadoras.

Resta torcer para que o mercado se reequilibre logo, antes que mais produtores tenham que fechar as portas. Porque no final das contas, quando o algodão espirra, toda a cadeia produtiva pega resfriado.