
Parece brincadeira, mas é sério: o tradicional café de Minas Gerais — aquele que conquista paladares mundo afora — está com os dias contados no mercado internacional. E não, não é exagero. Uma sobretaxa absurda de 50% nas exportações está prestes a virar realidade, e os produtores já estão vendo o pesadelo se aproximar.
O buraco é mais embaixo
Quem trabalha com café sabe — e bem — que o negócio já não tá fácil. Agora imagine ter que pagar metade a mais só pra mandar o produto pra fora? "É como se já estivéssemos correndo uma maratona e alguém resolveu amarrar tijolos nos nossos pés", desabafa um produtor de Patrocínio que prefere não se identificar.
Os números assustam:
- Minas responde por quase 50% da produção nacional de café
- Só em 2023, foram US$ 6 bilhões em exportações
- Mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos em risco
Efeito dominó na economia
Não é só o produtor rural que vai sentir no bolso. Desde o caminhoneiro que transporta os grãos até o dono do armazém que estoca as sacas — todo mundo entra nessa fria. "A gente já tá vendo os compradores internacionais coçando a cabeça e olhando pra outros países", conta uma exportadora de Varginha que pediu pra não ser nomeada.
E tem mais: com menos dinheiro circulando, até o comércio local pode entrar em crise. Aquele mercadinho da esquina que vende pão de queijo pra turma do café? Pode começar a se preocupar.
Polêmicas à vista
Enquanto isso, em Brasília, a discussão esquenta. Alguns defendem a medida como "proteção ao mercado interno". Outros — a maioria, diga-se — acham um tiro no pé. "É como se a gente estivesse sabotando nosso próprio time", dispara um deputado mineiro que já está organizando resistência.
O pior? Os concorrentes internacionais estão de olho. Vietnã, Colômbia e até alguns países africanos já esfregam as mãos com a possibilidade de roubar nossos clientes. E convenhamos: depois que o comprador muda, dificilmente volta.
O que você acha? Medida necessária ou suicídio econômico? Uma coisa é certa: o cheirinho de café fresco em Minas pode estar com os dias contados — pelo menos no mercado internacional.