A ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu reagiu com contundência às declarações do presidente americano Donald Trump sobre o desmatamento no Brasil. Em entrevista ao programa Mercado, a também ex-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não poupou críticas ao líder norte-americano.
Resposta às acusações de Trump
Kátia Abreu foi direta ao comentar a publicação de Trump que acusava o Brasil de derrubar florestas para construir estradas. "Ele não sabe o que diz, vamos ter piedade", declarou a ex-ministra, demonstrando exasperação com as afirmações do presidente americano.
Em sua defesa, a ex-ministra sugeriu que Trump deveria "ler mais e postar menos". Ela apresentou dados concretos para embasar sua argumentação: os Estados Unidos preservam apenas 34% de suas florestas originais, enquanto a floresta amazônica representa impressionantes 59% do território brasileiro.
Defesa do agronegócio brasileiro
Durante a entrevista concedida em 10 de novembro de 2025, Kátia Abreu saiu em defesa do agronegócio nacional frente às críticas sobre desmatamento. Ela fez questão de diferenciar os produtores rurais regulares das atividades criminosas que realmente ameaçam as florestas.
"O crime organizado é o grande responsável pelo desmatamento no Brasil", afirmou a ex-ministra. Segundo sua análise, as organizações criminosas estão principalmente atrás de madeira ilegal e da mineração clandestina, atividades que nada têm a ver com a agricultura legalmente estabelecida.
Ela foi enfática ao declarar: "Não vamos crucificar os produtores rurais", destacando a importância de separar as ações ilegais do trabalho legítimo desenvolvido pelo setor agrícola brasileiro.
Contexto internacional e impactos
As declarações de Kátia Abreu ocorrem em um momento de crescente tensão nas relações comerciais e ambientais entre Brasil e Estados Unidos. A ex-ministra, com sua vasta experiência no setor agrícola, posiciona-se como uma voz autorizada para rebater críticas internacionais sobre as políticas ambientais brasileiras.
Seu argumento vai além da simples defesa do agronegócio, apontando para a necessidade de discussões baseadas em dados concretos e realidade factual, em vez de acusações genéricas que não consideram os avanços e desafios específicos do Brasil na preservação ambiental.