Era para ser mais um daqueles sábados de verão que ficam na memória pelas risadas e histórias para contar. Mas o que começou como um dia de diversão nas águas da Represa Alagados, em Ventania, no Paraná, se transformou numa daquelas tragédias que deixam uma comunidade inteira de luto — e nos fazem refletir sobre como a vida pode ser frágil.
Por volta das 16h30 desse sábado (11), algo saiu terrivelmente errado. Dois jovens, cheios de vida e planos — um de 19, outro de 21 anos — estavam nadando na represa quando simplesmente desapareceram debaixo d'água. Testemunhas, ainda em choque, contam que tudo aconteceu num piscar de olhos.
Corrida Contra o Tempo
O Corpo de Bombeiros não mediu esforços. Chegaram rápido, mas as águas da represa escondiam seus segredos com uma frieza assustadora. Mergulhadores profissionais vasculharam cada centímetro daquele imenso lago artificial, enquanto familiares e amigos esperavam na margem, desesperados por um milagre.
E então, por volta das 17h30 — uma hora que parecia uma eternidade — os bombeiros encontraram o primeiro corpo. Pouco depois, o segundo. Dois jovens, duas histórias interrompidas brutalmente. A notícia se espalhou pela cidade como um choque elétrico, deixando todo mundo se perguntando: como algo assim pode acontecer tão rápido?
O Perigo que Mora nas Águas Calmas
Quem já nadou em represa sabe — as águas parecem tranquilas na superfície, mas escondem armadilhas que nem sempre são visíveis. Correntes submersas, vegetação aquática que prende como tentáculos, mudanças bruscas de profundidade... São riscos que a gente subestima até o dia em que a sorte vira as costas.
Os bombeiros, esses heróis que veem de perto essas tragédias, não cansam de repetir: represa não é piscina. A água pode estar calma por fora, mas por dentro é um mundo completamente diferente — e imprevisível.
Uma Comunidade em Luto
Enquanto as investigações seguem para entender exatamente o que aconteceu naqueles minutos decisivos, Ventania chora. São duas famílias destruídas, amigos que não acreditam na notícia, uma cidade que perdeu parte de sua juventude.
E a gente fica aqui pensando — quantas vezes já nos arriscamos em águas desconhecidas, confiando apenas na sorte? Talvez essa tragédia sirva de alerta para todos nós. Porque no fim das contas, a natureza não perdoa descuidos, não importa quantos anos você tenha ou quão bom nadador você seja.
Os corpos foram encaminhamos para o IML de Ponta Grossa, onde a ciência tentará contar a última parte dessa história triste. Enquanto isso, nas margens da Represa Alagados, o silêncio pesa mais que a água.
