Obras levam água tratada a 15 comunidades rurais no Baixo Amazonas
Água tratada chega a 15 comunidades rurais do Pará

Um projeto de extensão de redes de abastecimento de água está transformando a realidade de famílias que vivem em áreas rurais distantes no oeste do Pará. As obras, que avançam em três municípios da região do Baixo Amazonas, prometem levar água tratada e de qualidade para 15 comunidades que hoje dependem de fontes precárias.

Municípios e comunidades beneficiadas

As intervenções estão em andamento nos municípios de Mojuí dos Campos, Belterra e Monte Alegre. Em Mojuí dos Campos, serão atendidas as localidades de Portelinha, Garrafão, Palhal, Boa Fé e Terra Preta dos Lucios. Já em Belterra, o projeto beneficia as comunidades do Amapá (Ramal do Veado), São Francisco, Família Rural, Henry Ford e Pindobal. Em Monte Alegre, a iniciativa contempla as comunidades situadas no KM-11 (Lotes 1, 2 e 3) e no KM-35 (Lotes 4 e 5).

De acordo com o engenheiro civil e fiscal de obras da Secretaria de Estado das Cidades e Integração Regional (Secir), Luiz Frazão, a mudança será significativa. "Atualmente, essas comunidades dependem de poços cavados por eles mesmos, cuja água não tem confiabilidade. O governo vem fornecer água tratada, confiável, que pode ser submetida a qualquer teste de qualidade", garantiu o profissional.

Impacto na agricultura e qualidade de vida

Em Belterra, a expectativa é de uma mudança profunda para cerca de 50 famílias ligadas à comunidade Família Rural, que têm na agricultura sua principal fonte de renda. O presidente da Associação Casa Familiar Rural, Wildson Silva, enxerga o projeto como um divisor de águas para o desenvolvimento local.

"A nossa comunidade carece de uma água de qualidade, da disponibilidade desse recurso tão importante", afirmou Silva. Ele destacou que a região conta com um centro de formação técnica em agricultura e uma agroindústria em implantação, onde a água de qualidade será essencial. Além do consumo humano, o recurso será usado para irrigação de sistemas agroflorestais e um viveiro de mudas de espécies como cumaru, açaí e cacau.

O impacto econômico é uma das grandes promessas. A estimativa da associação é que o novo sistema de abastecimento de água possa aumentar a produção agrícola local em mais de 60%, impulsionando cadeias produtivas de polpas de frutas como açaí, goiaba, acerola, jaca, manga e taperebá.

Avanço das obras e compromisso estadual

Com o início dos trabalhos nesses três municípios, a Secir atingiu a marca de dez cidades onde a implantação dos sistemas já está em curso. As outras sete são: Juruti, Terra Santa, Alenquer, Almeirim, Aveiro, Itaituba e Óbidos. Até novembro, o conjunto de obras em 17 municípios já havia alcançado 58,8% de execução física.

A secretária das Cidades e Integração Regional, Fernanda Paes, reforçou o compromisso da pasta com a equidade. "A Secretaria das Cidades está fortemente comprometida com o propósito de melhorar a qualidade de vida das famílias que moram longe do centro urbano, no interior do Estado. Levar água de qualidade é uma maneira não só de tornar o dia a dia mais cômodo, mas também de proporcionar mais saúde e qualidade de vida às pessoas", declarou.

O projeto faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC-Rural), fruto de uma parceria entre o governo do Pará, por meio da Secir, e o Ministério das Cidades, com um investimento total de R$ 49,7 milhões. Após a conclusão e entrega das obras, a manutenção dos sistemas ficará a cargo das prefeituras municipais, como destacou o secretário de Obras de Belterra, Relison Silva.