
Pois é, parece que finalmente a coisa vai mudar em Campinas. Depois de uma investigação que levantou poeira — e suspeitas — o Ministério Público conseguiu fazer a prefeitura acordar para a realidade. A gestão municipal, que antes operava num verdadeiro terra sem lei quando o assunto era dinheiro público, agora vai ter que seguir regras claras como água.
E olha, não foi por pouco. O MP abriu os olhos para uma situação que, vamos combinar, já estava gritando por atenção há tempos. As emendas da saúde, aqueles recursos que deveriam salvar vidas, estavam sendo repassados para entidades com uma falta de critério que dava até arrepios.
O que muda na prática?
Agora as coisas vão ser diferentes — pelo menos no papel. A prefeitura estabeleceu que todas as entidades que quiserem receber esses recursos terão que:
- Comprovar capacidade técnica para executar os serviços de saúde
- Apresentar documentação completa e atualizada
- Passar por uma análise criteriosa da Secretaria de Saúde
- Manter transparência total na aplicação dos recursos
Parece óbvio, não? Mas incrivelmente não era assim que funcionava. O que me faz pensar: quantos milhões podem ter sido desperdiçados enquanto a saúde pública continua precisando de tudo?
Um respiro para a população
Se funcionar — e é um grande SE — essa medida pode significar mais remédios, mais equipamentos, mais leitos. Enfim, mais dignidade para quem depende do SUS. A secretária de Saúde, Lúcia Lemos, tentou passar uma imagem de tranquilidade, dizendo que a prefeitura sempre primou pela legalidade. Sabe como é, o discurso oficial sempre tenta suavizar as coisas.
Mas entre nós, a verdade é que essa investigação foi um verdadeiro balde de água fria na administração. E veio na hora certa, diga-se de passagem. Num momento onde cada real conta, deixar que recursos da saúde fossem distribuídos sem o devido controle era, no mínimo, uma irresponsabilidade.
O que me preocupa? Que essas regras não fiquem só no papel. Já vimos muitas leis bonitas que nunca saíram da gaveta. Mas desta vez, com o MP de olho, talvez — só talvez — a coisa seja diferente.
Resta torcer para que essa seja a virada de página que Campinas precisa. Porque no fim das contas, quem paga o pato pela má gestão é sempre o mesmo: o cidadão que precisa de um posto de saúde que funcione.