
O cenário religioso brasileiro passou por transformações significativas nos últimos anos, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento mostra que a participação de seguidores da Umbanda e do Candomblé praticamente triplicou, enquanto o Espiritismo registrou queda no número de adeptos.
Crescimento das religiões de matriz africana
As tradições afro-brasileiras, historicamente marginalizadas, estão ganhando mais espaço na sociedade. Os números revelam que:
- A Umbanda saltou de 0,3% para 0,8% da população
- O Candomblé aumentou de 0,1% para 0,3%
- Juntas, essas religiões agora representam 1,1% dos brasileiros
Declínio do Espiritismo
Enquanto isso, o Espiritismo, que havia apresentado crescimento constante nas últimas décadas, registrou sua primeira queda significativa:
- Redução de 2,1% para 1,8% da população
- Perda de cerca de 600 mil adeptos em números absolutos
O que explica essas mudanças?
Especialistas apontam alguns fatores que podem estar por trás dessa transformação:
- Valorização da cultura afro-brasileira: maior reconhecimento e orgulho das raízes africanas
- Movimentos de resistência: contra a intolerância religiosa e em defesa da diversidade
- Mudanças geracionais: jovens buscando espiritualidades mais conectadas com suas origens
- Crise de identidade no Espiritismo: dificuldade em atrair novos públicos
Panorama geral das religiões no Brasil
O catolicismo continua sendo a maior religião do país, mas vem perdendo espaço gradualmente:
- Católicos: 50,8% (queda em relação aos 64,6% de 2010)
- Evangélicos: 31,2% (aumento significativo)
- Sem religião: 10,1% (crescimento constante)
Esses dados revelam um Brasil cada vez mais plural em termos de crenças e espiritualidades, com transformações importantes na forma como os brasileiros se relacionam com o sagrado.