
Quem acompanhou a cena rock dos anos 90 e 2000 sabe: Chris Cornell não era apenas um vocalista. Era uma força da natureza, uma dessas raridades que conseguia transformar letras em facadas emocionais. E agora, como se o universo musical resolvesse nos dar um presente atrasado, surge esse lançamento que é praticamente uma cápsula do tempo.
Uma voz que atravessava décadas
Dá pra contar nos dedos os cantores que tinham aquela combinação explosiva de potência e delicadeza. Cornell, com seus graves aveludados e agudos que pareciam arranhar o céu, estava nesse seleto grupo. O álbum recém-lançado, recheado de takes alternativos e versões acústicas, prova que o apelido de "Frank Sinatra do rock" não era exagero.
Lembra daquela sensação quando você ouve "Black Hole Sun" pela primeira vez? Pois é. Algumas das faixas aqui têm exatamente esse efeito - mesmo que você já as conheça de trás pra frente, soam como novas. E isso é magia pura.
O que esperar do lançamento
- Versões demo de clássicos do Soundgarden que mostram o processo criativo por trás das canções
- Registros ao vivo que capturam a energia elétrica dos shows de Cornell
- Arranjos acústicos surpreendentes que revelam novas camadas nas composições
Não é exagero dizer que, ouvindo algumas dessas gravações, dá pra sentir aquele frio na espinha. A voz de Cornell tinha algo de transcendental - capaz de ir do sussurro mais íntimo ao rugido de um leão em questão de segundos. E essa coleção captura justamente essa dualidade que o tornou único.
Para os fãs de longa data, é como reencontrar um velho amigo. Para os novos ouvintes, uma aula de como o rock pode ser brutal e poético ao mesmo tempo. E, cá entre nós, num mundo onde tantas vozes soam iguais, ouvir Cornell de novo é como encontrar um oásis no deserto.