
Ah, o futebol... Às vezes ele prega peças terríveis, não é mesmo? Rúben Amorim sabe disso como poucos. Após o embate contra o Manchester United que terminou em um empate por 2-2, o estratega português não disfarçou a frustração. E quem poderia culpá-lo?
"Estamos frustrados, claro que estamos" - a frase saiu quase como um suspiro, carregada daquele peso que só quem vive o futebol de alta intensidade conhece. O que mais doía, parecia, não era apenas o placar, mas a maneira como as coisas se desenrolaram.
O jogo que escapou por entre os dedos
Imagine a cena: estádio lotado, tensão palpável, e uma equipe que parecia ter o controle nas mãos - até que, de repente, não tinha mais. O Sporting criou oportunidades, teve chances claras, mas o futebol é esse esporte traiçoeiro onde domínio não garante nada. Absolutamente nada.
"Tivemos momentos em que estávamos no comando, criamos boas jogadas, mas..." - e aqui vem a pausa significativa, aquela que todo torcedor reconhece - "o futebol moderno exige mais do que apenas controle tático. Exige personalidade."
Personalidade: a palavra de ordem
E é aqui que a coisa fica interessante. Amorim não está falando de formação tática ou de esquemas defensivos - ele vai direto ao âmago da questão psicológica. "Temos de ter personalidade para lidar com esses momentos", insistiu, com aquela convicção de quem já viu times talentosos naufragarem pela falta de temperamento.
Parece óbvio, né? Mas quantas vezes vemos equipes tecnicamente competentes vacilarem justamente quando a pressão aperta? O United, mesmo não estando em seu melhor momento, ainda carrega aquela aura intimidadora - e contra gigantes europeus, a mentalidade conta tanto quanto a qualidade técnica. Talvez até mais.
O que fica para a equipe
O interessante é que Amorim não estava apenas reclamando - longe disso. Havia um tom de aprendizado na sua fala, quase como se dissesse: "ok, doeu, mas vamos usar isso". Ele mencionou a necessidade da equipe "aprender a sofrer" e "saber administrar os momentos difíceis" - aquelas lições que não vêm nos livros de tática.
E cá entre nós, não há professor melhor do que a experiência contra um time como o United, mesmo que a lição doa um pouco no momento.
O que fica claro é que para o técnico português, o desenvolvimento da equipe passa necessariamente por esse amadurecimento emocional. Não basta ter jogadores habilidosos - é preciso ter caráter, resiliência, aquela teimosia positiva que faz times virarem jogos aparentemente perdidos.
E agora?
O caminho segue, como sempre segue no futebol. Rúben Amorim sabe que partidas como essa doem, mas também moldam. Resta saber como o Sporting responderá a esse teste de personalidade - porque no fim das contas, é disso que se trata.
Como ele mesmo deixou claro: frustração sim, desistência jamais. E no futebol, essa pode ser a diferença entre ser bom e ser grande.