
A cidade de São Paulo parou por um instante nesta segunda-feira. Não por conta do trânsito caótico ou dos compromissos apressados, mas por algo muito mais profundo: uma despedida. Na Capela do Corpo Santo, no Jardim Paulistano, familiares e amigos se reuniram para a missa de sétimo dia de Anne Marie Garnero — uma jovem de apenas 19 anos que partiu deixando um vazio impossível de medir.
Filha da modelo Schynaider Moura e do empresário Alexandre Garnero, Anne Marie era aquela pessoa que iluminava o ambiente sem precisar dizer uma palavra. Algo em seu sorriso, talvez, ou na maneira tranquila como encarava a vida. Difícil explicar, mas fácil de sentir por quem teve o privilégio de conhecê-la.
Um adeus entre lágrimas e memórias
A cerimônia, sabe como é essas coisas? Foi ao mesmo tempo triste e bonita. As pessoas chegavam discretamente, algumas tentando disfarçar o rosto inchado pelo choro, outras abraçando-se em silêncio que dizia mais que mil palavras. O ambiente estava repleto de flores brancas — símbolo de pureza que combinava perfeitamente com quem Anne era.
Schynaider Moura, a mãe, demonstrou uma força que surpreendeu a todos. Mas dava para ver nos seus olhos aquela dor que nenhum pai ou mãe deveria carregar. Enterrar um filho — caramba, não existe ordem natural nisso. Alexandre Garnero, o pai, igualmente arrasado, recebia os cumprimentos com a dignidade de quem sabe que a vida precisa continuar, mesmo quando parece impossível.
Uma vida interrompida muito cedo
Anne Marie tinha tudo pela frente. Dezenove anos — idade de sonhos, descobertas, planos que se estendem como estradas abertas. Estudava Publicidade e Propaganda, curso que escolheu por acreditar no poder das ideias e da comunicação. Tinha o dom da criatividade, dizem os que a conheciam bem.
E olha que curioso: mesmo sendo filha de uma modelo famosa, ela nunca buscou os holofotes. Preferia a simplicidade, os momentos em família, as risadas entre amigos. Na era das selfies e exposição excessiva, Anne escolheu o caminho da autenticidade. Faz pensar, não é?
O legado que fica
Durante a missa, o padre — com aquela sensibilidade que apenas quem lida com a dor humana desenvolve — lembrou que a morte física não é o fim. "Anne agora está na casa do Pai", disse, acalmando corações aflitos. Mas a verdade é que ela também permanece viva na memória de cada pessoa que tocou.
Schynaider, através de suas redes sociais, agradeceu o apoio recebido nestes dias difíceis. "Obrigada a todos pelo carinho e pelas orações", escreveu, mostrando que até na escuridão mais profunda, a solidariedade acende pequenas luzes de esperança.
Às vésperas do que seria seu aniversário de 20 anos, Anne Marie Garnero se foi. Mas o que ela representou — alegria, amor, leveza — isso ninguém pode levar embora. São Paulo perdeu uma de suas joias mais preciosas, e o céu ganhou um anjo muito especial.