
Imagina só: estamos em 1972. O Brasil respira sob uma ditadura, e a Amazônia ainda é um vasto território de histórias não contadas. Foi nesse cenário que um visionário chamado Phelippe Daou Jr. decidiu que era hora de conectar o Norte ao resto do país. E assim, no dia 1º de setembro, nascia a Rede Amazônica. Não foi só mais uma emissora—foi um marco.
Quem viveu aqueles primeiros anos lembra do frio na barriga. "A gente fazia tudo com uma câmera só, improvisava iluminação, e o script? Muitas vezes, escrito na hora", conta um repórter veterano, que preferiu não se identificar. A criatividade era a nossa maior ferramenta—e olha, não faltava.
Das dificuldades às conquistas: a evolução de uma gigante
De lá pra cá, a coisa mudou—e muito. Se antes a notícia demorava dias pra chegar, hoje a Rede Amazônica está nas redes sociais, no digital, no rádio, na TV... É uma verdadeira usina de conteúdo. Mas não pense que foi um mar de rosas. A região impõe seus desafios: logística complicada, distâncias continentais, e uma biodiversidade que, ora, às vezes atrapalha mais que ajuda.
Mas foi justamente isso que moldou o caráter único do jornalismo local. "Aqui a gente não cobre enchente como quem cobre um evento—a gente vive a enchente", reflete uma editora com mais de 20 anos de casa. Essa proximidade com o fato—e com o público—é o que diferencia a emissora.
Tecnologia, ética e o futuro: o que vem por aí?
Com a revolução digital, vieram novos dilemas. Como equilibrar a velocidade das redes com a apuração criteriosa? Como não cair na tentação do furo a qualquer custo? Perguntas que ecoam nas reuniões de pauta até hoje.
E os planos não param. Investir em jornalismo investigativo, ampliar a cobertura do interior—onde, convenhamos, as histórias mais brutais e belas se escondem—e continuar formando profissionais que entendam a complexidade amazônica. Porque, no fim das contas, não se trata apenas de informar. É sobre representar.
53 anos se passaram. Mas a sensação é que estamos apenas começando.