
Não é todo dia que a gente vê um legado de meio século ser coroado — mas a Queijeira Seridoense acabou de provar que tradição e qualidade ainda têm lugar ao sol. E olha que lugar! Num evento que reuniu os melhores do país, esse pequeno empreendimento potiguar mostrou que tamanho não é documento.
Quem diria, né? Uma queijaria que começou com baldes de leite e mãos calejadas hoje disputa de igual pra igual com grandes marcas. O segredo? "A gente não inventa moda", conta Dona Maria, a matriarca. "Fazemos como minha avó ensinou: paciência, ingredientes bons e zero pressa."
Da roça para o pódio
O caminho não foi fácil — mas quem disse que coisa boa vem fácil? Nos anos 70, quando começaram, o "marketing" era a palavra dos fregueses satisfeitos. Hoje, com três gerações envolvidas, mantêm a mesma receita (literalmente) que conquistou o prêmio de Melhor Queijo Artesanal do Nordeste.
Detalhe curioso: enquanto muitos investem em máquinas, eles ainda usam aquelas formas de madeira originais. "Cada arranhado conta uma história", brinca o neto de Dona Maria, agora encarregado da produção. E parece que os jurados adoraram essas histórias — o queijo levou elogios pela "textura que derrete na memória".
O futuro com sabor de passado
Com o prêmio, vieram encomendas de todo o Brasil. Mas a família insiste: "Não vamos virar fábrica". A produção segue limitada — são 200 queijos por semana, feitos como antigamente:
- Leite cru de vacas criadas soltas
- Coagulação natural (nada de químicos!)
- Curto em sala de cimento — sim, cimento! "É o segredo da umidade perfeita", revelam
Enquanto grandes indústrias lutam contra crises, essa pequena queijaria prova que autenticidade vende. E como! "O consumidor hoje quer saber a procedência, quer conversar com quem produz", analisa um dos jurados. Parece que o tempo — e os queijos — estão a favor deles.