
Parece que o tempo congelou em cada um desses frames. Gordon Parks, esse gênio da lente que a gente mal conhece no Brasil, está prestes a revelar um tesouro escondido. E que tesouro!
Mais de 50 fotografias — muitas delas absolutamente inéditas — que mostram o cotidiano da população negra norte-americana entre as décadas de 1940 e 1980. Não é só registro histórico, é pura emoção capturada em preto e branco.
Um Olhar Que Vai Além da Superfície
O que Parks fazia era quase mágica. Enquanto muitos fotógrafos se contentavam com a superfície, ele mergulhava fundo. Suas lentes não apenas registravam, mas interpretavam. Dignidade, resistência, alegria — tudo isso transborda nessas imagens que agora ganham o mundo.
E pensar que ele era um sujeito múltiplo! Fotógrafo, cineasta, escritor, músico... Talvez essa versatilidade toda explique por que suas fotos têm tanta profundidade. Elas contam histórias completas em um único frame.
Entre o Cotidiano e a Luta
O que mais me impressiona é como ele equilibrava os registros. De um lado, a vida comum: famílias reunidas, crianças brincando, trabalhadores no seu dia a dia. Do outro, a luta — os protestos, as tensões raciais, a busca por direitos civis.
Não era só documentar a pobreza ou a discriminação, mas mostrar a humanidade em toda sua complexidade. As fotos dele têm alma, cara. Dá pra sentir.
Um Legado Que Resiste ao Tempo
Parks faleceu em 2006, mas seu trabalho continua mais vivo do que nunca. Essa exposição é a prova. As imagens que estavam guardadas — algumas praticamente esquecidas — agora emergem para nos lembrar de lutas que, infelizmente, ainda ecoam hoje.
É curioso como o passado conversa com o presente através dessas fotografias. As mesmas questões, as mesmas buscas, as mesmas humanidades.
Quem teve o privilégio de ver algumas dessas fotos comenta que é daquelas experiências que ficam na memória. Não é só uma exposição, é um mergulho histórico e emocional.
E o mais incrível? Apesar de todo o peso histórico, há uma leveza em muitos desses retratos. A vida, afinal, sempre encontra seu caminho — mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Gordon Parks nos deixou um presente atemporal. Através de suas lentes, podemos não apenas entender melhor a história, mas sentir suas texturas, suas dores e suas esperanças. E nesses tempos que vivemos, um pouco de esperança — ainda que vintage — nunca é demais.