The Town 2023: Um Final Épico com Surpresas, Emoção e Muita Música em SP
The Town: Surpresas e emoção no último dia do festival

Quem disse que o último ato é sempre previsível claramente não estava no The Town neste domingo. O dia começou com um balde de água fria — literalmente, considerando o tempo instável — e terminou com o estrondo de guitarra que ecoou até os confins do Interlagos. Uma verdadeira montanha-russa emocional, do tipo que só grandes festivais são capazes de proporcionar.

O primeiro baque veio cedo: o duo francês Justice, uma das atrações mais aguardadas da noite, simplesmente não apareceu. Um comunicado seco, daqueles que deixam fãs boquiabertos, citou "problemas de logística". Imagine a frustração de quem esperou meses por aquele momento específico? Pois é.

Mas se tem uma coisa que aprendemos com festivais é que o show não pode parar. E quem entrou no palco principal para preencher a lacuna foi ninguém menos que… Alok. Sim, o DJ brasileiro, que já tinha se apresentado no sábado, fez uma volta triunfal. E não foi qualquer show: uma jam session improvisada com Luísa Sonza, que subiu de surpresa ao palco. A dupla botou fogo na pista, num set que misturou house, pop e uma energia contagiante que fez a galera esquecer, pelo menos por uma hora, a ausência dos franceses.

As Divas e os Rockeiros

E então veio ela. Mariah Carey. A diva absoluta, dona de uma voz que — vamos combinar — ainda consegue arrepiar. Entrou no palco atrasada, claro, porque estrela do calibre dela dita suas próprias regras. Mas quando começou a cantar, tudo foi perdoado.

O repertório? Uma viagem no tempo. From "We Belong Together" a "Hero", hits atrás de hits. O momento mais mágico? Sem dúvida, "All I Want for Christmas Is You". Sim, natalina em setembro. E ninguém reclamou. Pelo contrário: o público cantou cada palavra como se estivesse em pleno dezembro. Surreal.

O Final com Chave de… Rock!

Mas a noite ainda guardava sua cartada final. Enquanto muitos esperavam um encerramento mais pop, o The Town decidiu apostar pesado no rock. E que aposta!

Os lendários Scorpions subiram ao palco e transformaram o local em um verdadeiro templo do rock clássico. "Wind of Change", "Rock You Like a Hurricane" — canções que são hinos, que todo mundo conhece, mesmo sem saber como. A voz de Klaus Meine, pasmem, ainda impressiona. E aquele riff de guitarra? Atemporal.

E quando parecia que já estava bom assim, eis que Dave Grohl e os Foo Fighters surgem para fechar a noite — e o festival — com estrondo. A energia do cara é simplesmente absurda. Correu pelo palco, interagiu com o público, solou como um possessed e ainda brincou entre uma música e outra.

O setlist foi uma aula de rock moderno: "Everlong", "The Pretender", "My Hero". A bateria de Taylor Hawkins (que faz uma falta imensa, é claro) foi honrada com uma emocionante homenagem durante "Aurora". Foi pesado, foi emocionante, foi… perfeito.

No final das contas, o último dia do The Town foi aquele tipo de evento caótico, imprevisível e profundamente humano que a gente não esquece. Teve cancelamento, yes. Teve atraso, claro. Mas também teve improviso, genialidade e momentos de pura magia musical. E no fim, foi isso que ficou: a certeza de que a música, sempre, encontra um jeito de vencer.