
Quem diria que uma pequena produtora de Santarém, no coração da Amazônia, roubaria a cena em um evento nacional? Pois é, a criatividade ferverendo no Baixo Amazonas acabou de ganhar holofotes no Encontro Nacional de Audiovisual do Sesc, realizado em São Paulo.
Enquanto muita gente ainda associa a região apenas a paisagens naturais — e olha, são lindas mesmo —, esses caras tão provando que a Amazônia também é celeiro de histórias que merecem ser contadas. E como!
Do tapete de folhas secas para o tapete vermelho
O projeto que chamou atenção? Uma série documental que mistura técnicas cinematográficas inovadoras com narrativas tradicionais ribeirinhas. "É como se Guimarães Rosa encontrasse o Netflix numa voadeira", brincou um dos produtores, entre um café e outro no evento.
Detalhe curioso: parte da equipe aprendeu a editar vídeos assistindo tutoriais no YouTube. "A gente não tinha escola de cinema aqui, então criamos nossa própria", contou uma das diretoras, com aquela mistura de orgulho e cansaço de quem ralou muito.
O que mais bombou no evento:
- Uso de drones para captar perspectivas inéditas da floresta
- Parcerias inusitadas com comunidades quilombolas
- Uma abordagem que une tecnologia de ponta e saberes ancestrais
E não foi só elogio vazio não. Vários curadores já manifestaram interesse em levar o trabalho para festivais internacionais. Até um streamer grande — que prefere não ser nomeado ainda — deu um "oi, vamos conversar" depois da exibição.
Pra quem acha que produção audiovisual de qualidade só rola nos grandes centros, eis um belo tapa com luva de pelica. Ou melhor, com luva de seringueiro, pra manter a temática regional.