
Parece que Guarujá finalmente entendeu o recado: cultura não é luxo, é necessidade. E para provar, a prefeitura acaba de lançar um programa que pode revolucionar a cena artística da cidade - e o bolso dos produtores culturais.
IPTU vira aliado da cultura
Quem diria, hein? Aquele imposto que todo mundo odeia pagar agora pode se transformar em investimento direto em projetos culturais. Através do novo decreto municipal, aprovado na última terça (12), contribuintes têm até 80% de desconto no IPTU ao patrocinar iniciativas artísticas locais.
"É uma jogada de mestre", comenta Ricardo Fontes, produtor cultural há 15 anos na região. "Na crise que a gente vive, qualquer incentivo é água no deserto. E esse aqui? Pode ser oásis."
Como funciona na prática?
- Artistas e produtores cadastram projetos na Secretaria de Cultura
- Patrocinadores em potencial escolhem quais iniciativas apoiar
- O valor doado é abatido do IPTU (até o limite de 80%)
- Projeto executado e prestação de contas obrigatória
Detalhe importante: o desconto máximo por imóvel é de R$ 50 mil. Mas calma, tem mais - projetos coletivos podem receber até R$ 200 mil de múltiplos patrocinadores.
Os critérios não são brincadeira
A prefeitura deixou claro que não vai bancar qualquer coisa. Para ter direito ao benefício, os projetos precisam:
- Ter comprovada relevância cultural
- Gerar contrapartidas sociais (oficinas, apresentações gratuitas)
- Priorizar mão-de-obra local
- Apresentar cronograma realista e orçamento detalhado
"Queremos qualidade, não quantidade", enfatiza a secretária de Cultura, Mariana Lopes. "Mas sem frescura - desde teatro de rua até exposição de arte digital, tudo pode se encaixar."
Ah, e tem um detalhe que faz diferença: os projetos precisam ser realizados em Guarujá. Nada de pegar a grana e sumir no mapa, certo?
O que os artistas estão dizendo?
Na pracinha da cultura, o clima é de esperança cautelosa. "Já vi muitos programas bonitos no papel que morreram na praia", comenta o músico Zé Carlos, enquanto afina o violão. "Mas se esse sair do campo das ideias... pode ser um divisor de águas."
Já a grafiteira Ana Beatriz parece mais animada: "Finalmente um incentivo que não exige que a gente vire contador pra participar. Claro que tem burocracia, mas parece mais acessível que os editais federais."
Enquanto isso, os comerciantes da orla já esfregam as mãos. Mais eventos culturais significam mais movimento - e quem sabe até uma revitalização da cena noturna, que anda meio capenga pós-pandemia.
As inscrições começam dia 1º de setembro. E aí, vai perder essa onda?