
Quem disse que o interior da Bahia não pulsa cultura? Canudos e Jacobina estão provando o contrário, com feiras literárias que agitam as ruas, praças e corações dos moradores. Não é só sobre livros — é sobre identidade, resistência e aquela mistura que só o Nordeste sabe fazer.
Arte que vem do chão
Em Canudos, a feira acontece como um verdadeiro levante cultural. Oficinas de cordel, saraus improvisados e até debates sobre educação no semiárido. Tudo com aquele tempero local que deixa qualquer visitante com gostinho de 'quero mais'. E olha que interessante: crianças que nunca tinham visto um contador de histórias profissional agora disputam lugar na primeira fila.
Já em Jacobina... Ah, Jacobina! A cidade virou um caldeirão de ideias. De manhã, roda de conversa com autores regionais; à tarde, performances teatrais que misturam lendas locais com crítica social. E à noite? Poesia e música até o último verso.
Números que impressionam
- Mais de 3 mil livros trocados no sistema de 'sebo vivo'
- 15 escolas públicas envolvidas nas atividades
- Artistas de 7 estados brasileiros presentes
E tem aquela história do senhor de 82 anos que publicou seu primeiro livro na feira — um memorial sobre as mudanças na caatinga. Coisa de emocionar até o mais durão dos editores.
Diversidade em cada esquina
O que realmente salta aos olhos é como esses eventos abraçam as diferenças. Tem espaço pra literatura LGBTQIA+, para autores indígenas (alguns escrevendo diretamente em suas línguas maternas) e até para aquela tia do bairro que nunca imaginou que suas receitas pudessem virar livro.
Não é à toa que os organizadores já pensam em expandir para outras cidades. 'A gente percebeu que quando a cultura vem do povo, ela ecoa de um jeito diferente', comenta uma das coordenadoras, enquanto arruma mais uma pilha de livros doados.
E você? Quando foi a última vez que deixou uma feira literária te surpreender?