
O Boi Caprichoso encerrou sua participação no 58º Festival Folclórico de Parintins com uma das homenagens mais emocionantes da história do evento. Na noite deste sábado (28), o grupo apresentou uma alegoria dedicada ao lendário líder seringueiro Chico Mendes, símbolo da luta pela preservação da Amazônia e dos direitos dos povos da floresta.
A apresentação transformou o Bumbódromo em um verdadeiro tributo à resistência ambiental, com coreografias que recriaram cenas da vida de Chico Mendes e da cultura extrativista. Os 2,5 mil componentes do Caprichoso vestiram a cidade de azul em um espetáculo que arrancou lágrimas do público.
Um espetáculo que vai além do folclore
Mais do que uma simples apresentação folclórica, o Caprichoso elevou o festival a um ato político-cultural, conectando a tradição do boi-bumbá com as urgentes pautas ambientais da atualidade. A alegoria principal representava o seringal onde Chico Mendes trabalhou, com detalhes impressionantes da flora amazônica.
Os destaques da noite incluíram:
- A recriação do famoso Empate, técnica de resistência pacífica criada por Chico
- Uma homenagem especial às mulheres seringueiras
- O momento emocionante quando todo o bumbódromo cantou o refrão "Chico vive!"
O legado que permanece
Trinta e seis anos após seu assassinato, a mensagem de Chico Mendes continua mais atual do que nunca. O Caprichoso soube capturar essa essência, transformando o palco em um grito de alerta pela Amazônia. A apresentação terminou com um desfile de crianças vestidas de seringueiros, simbolizando o futuro que Chico defendia.
Enquanto as luzes se apagavam no Bumbódromo, ficava claro que o Festival de Parintins havia testemunhado um daqueles momentos raros e transformadores, onde arte, cultura e consciência ambiental se encontram para criar magia.