
Imagine chegar aos 73 anos não apenas aceitando a idade, mas celebrando cada ruga como um troféu de uma vida bem vivida. Pois é exatamente isso que Vera Fischer faz, com uma honestidade que corta como uma faca quente na manteiga. A atriz, um ícone absoluto da cultura brasileira, resolveu desembalar a alma numa conversa que é puro fogo.
Não espere aquelas respostas ensaiadas e cheias de clichês. Vera fala sobre prazer, desejo e sexualidade com uma naturalidade que é, ao mesmo tempo, chocante e refrescante. Ela não está nem aí para o que vão dizer. E que alívio, não é?
Longe dos Rótulos, Perto de Si Mesma
Uma das coisas mais poderosas que ela solta? A rejeição total a qualquer tipo de rótulo. "Não me defino por nada disso", ela diz, mandando um recado claro: a identidade dela é fluida, complexa e intocável. É sobre ser humana, ponto final. Isso ressoa profundamente numa era onde todo mundo quer colocar everyone em caixinhas.
Ela mergulha fundo na discussão sobre o tabu que ainda cerca o prazer – especialmente para mulheres maduras. Como se a idade fosse um freio de mão puxado na libido. Vera ri dessa ideia. Para ela, o prazer é uma fonte de energia, um direito de nascença que ninguém deveria abrir mão, não importa a data no RG.
A Beleza Real Não Tem Idade
O papo sobre beleza então? Nem se fala. Ela desafia a ditadura da juventude eterna com a confiança de quem sabe que o charme de verdade vai muito além da pele lisa. É sobre presença, sobre a luz que vem de dentro. É uma postura quase revolucionária numa indústria obcecada por filtros e botox.
Ela fala dos seus 73 anos não com resignação, mas com uma espécie de triunfo. Cada ano é uma camada a mais de história, de experiência, de sabedoria que não se compra em nenhuma farmácia. É aquele tipo de insight que te faz parar e repensar seu próprio conceito de envelhecer.
O Segredo? Autoaceitação Incondicional
No fundo, a entrevista toda é um hino à autoaceitação. Vera não está se vendendo como uma sábia iluminada. Ela soa… real. Como uma mulher que brigou consigo mesma, com as expectativas alheias, e saiu do ringue com a convicção de que a única pessoa que precisa agradar é ela mesma.
É uma mensagem poderosa, principalmente para as gerações mais jovens, que vivem afogadas em comparações e padrões inatingíveis. Ela basicamente diz: "Cancelem a assinatura da ansiedade alheia. Vivam".
No final das contas, a entrevista de Vera Fischer na VEJA é muito mais do que uma matéria de celebridade. É um manifesto. Um lembrete barulhento de que a vida é para ser sentida, vivida e aproveitada em todas as suas fases – especialmente nas que supostamente "não vendem". E que prazer, em todas as suas formas, nunca deveria ser uma palavra suja.