Trinta e sete anos se passaram, mas a cena permanece vívida na memória de milhões de brasileiros. A cruel execução de Odete Roitman — aquela mulher rica, poderosa e absolutamente temível — dentro de um elevador. Quem teria sido o autor? A pergunta que ecoou pelos capítulos finais de 'Vale Tudo' em 1988 agora ressurge com força total.
E olha só que reviravolta: o próprio elenco da novela embarca numa investigação de verdade. Gloria Pires, que vivia a doce Maria, e Beatriz Segall, a própria vítima, estão entre os que reabrem os arquivos desse crime fictício para um documentário que promete chacoalhar as estruturas.
Ficção que Parecia Real Demais
O que pouca gente sabe — ou sequer imaginava — é que o assassinato de Odete quase não aconteceu. Sim, você leu direito. O autor da novela, Gilberto Braga, tinha planos completamente diferentes. "Era para ela simplesmente sumir, talvez fugir para o exterior", revela Gloria Pires, ainda surpresa com a lembrança. Mas a produção achou a saída muito branda para uma personagem tão marcante.
Daí veio a ideia do crime. E que crime! Executada a sangue frio, sem piedade. A cena foi tão impactante que até hoje causa arrepios. Beatriz Segall, com seus então 61 anos, lembra perfeitamente: "Foi um marco na televisão brasileira".
Documentário Reúne Pistas Esquecidas
O que esse time de detetives improvisados — formado nada menos que pelo elenco original — descobriu? Bem, as revelações são de deixar qualquer um de queixo caído.
Regina Duarte, a memorável Raquel, sempre desconfiou do próprio marido da vítima. Já Antonio Fagundes, no papel de César, tinha motivos de sobra para querer Odete morta. E não podemos esquecer de Claudia, interpretada por Patricia Pillar, uma jovem cheia de ódio e desejo de vingança.
Mas aqui vai o pulo do gato: durante as investigações, surgiu uma pista que ninguém esperava. Uma testemunha ocular que nunca havia se manifestado. Alguém que estava no prédio na hora exata do crime e viu tudo.
O Legado que Permanece
O curioso é que 'Vale Tudo' não foi apenas um sucesso de audiência. A novela praticamente inventou o conceito de reality show no Brasil — muito antes de termos Big Brother ou qualquer coisa parecida. O público acompanhava a trama e depois via debates ao vivo sobre os acontecimentos.
E o assassinato de Odete? Bem, tornou-se parte do imaginário popular. Todo mundo tinha sua teoria, seu suspeito preferido. Nas ruas, nos bares, nas salas de aula — o assunto dominava as conversas.
Agora, décadas depois, será que finalmente descobriremos a verdade? O documentário promete respostas, mas também levanta novas perguntas. Uma coisa é certa: o caso Odete Roitman continua mais vivo do que nunca.
