Numa daquelas conversas que mistura sinceridade brutal com um certo cansaço dos tempos atuais, Lucas Jagger — sim, o filho do lendário Mick Jagger — soltou o verbo sobre a política brasileira. E olha, não foi com meias palavras.
"É constrangedor, pra ser bem direto", disparou ele, sem rodeios. "O que se vê hoje em dia me envergonha profundamente." A fala, que ecoa o sentimento de muitos, joga luz sobre um mal-estar que vai além das discussões partidárias de sempre.
Um olhar de fora… ou nem tanto
Com dupla nacionalidade e uma vida entre o Brasil e o exterior, Lucas tem uma perspectiva peculiar. E não, ele não está falando de um lugar distante — está envolvido, vê de perto, e isso talvez doa ainda mais. A crítica não vem de quem não conhece, mas de quem está dentro do olho do furacao.
O que exatamente causa tanta repulsa? A radicalização, o tom agressivo, a perda de nuance nos debates. "Parece que tudo virou um campo de batalha", observou, com ares de quem já viu esse filme antes em outros lugares. E aí é que está o ponto: não é sobre esquerda ou direita, mas sobre como a direita — que ele alguma vez pode ter apoiado ou visto com esperança — se perdeu no caminho.
Não é só opinião, é quase um lamento
Dá pra sentir na voz dele (ou na entonação que imaginamos) uma decepção que vai além da política. É quase pessoal. Como se expectativas tivessem sido não apenas não atendidas, mas pisoteadas. E no meio disso, sobra vergonha — da grosseria, da falta de argumentos, do espetáculo deprimente.
Numa altura em que as redes sociais amplificam cada grunhido, figuras públicas como Lucas acabam por carregar um microfone invisível. O que dizem ressoa. E desta vez, ecoou alto: um misto de alerta e desilusão.
Resta saber se alguém vai ouvir.
