Filho de vocalista do Alma Gêmea é sepultado em Itabaiana: comoção e homenagens emocionantes
Filho do vocalista do Alma Gêmea é sepultado em Itabaiana

O sol estava a pino quando o cortejo chegou ao Cemitério São João Batista, em Itabaiana. Ronald Valença — filho do vocalista da banda Alma Gêmea — foi levado ao seu descanso final entre lágrimas, abraços apertados e… silêncio. Aquele tipo de silêncio que dói no peito.

Não era um adeus qualquer. Aos 34 anos, Ronald carregava no sangue a herança musical do pai, mas também uma história própria — cheia de altos e baixos, como todo mundo. "Ele tinha um sorriso que iluminava até os dias mais cinzentos", contou uma prima, segurando um lenço já encharcado.

Flores, cantos e saudade

O que mais chamou atenção? As dezenas de fãs que apareceram do nada, mesmo sem divulgação. Trouxeram flores do campo, cartas escritas à mão e — olha só — até um violão rachado, que Ronald usava nas primeiras aulas de música. "Ele dizia que desafinar era parte do processo", riu um amigo, antes de engolir seco.

Detalhe que arrancou suspiros: durante a cerimônia, alguém ligou o rádio de um carro estacionado lá fora. E não é que tocou justamente "Estrela Cadente", o maior hit do Alma Gêmea? Coincidência? A família acredita que não.

O que aconteceu?

Aqui é que a coisa fica nebulosa. Oficialmente, causas naturais. Mas tem gente murmurando sobre complicações de uma pneumonia mal curada — aquela história de deixar pra depois e o corpo cobrar a conta. O hospital não liberou detalhes, e talvez seja melhor assim.

Uma vizinha do bairro onde Ronald morava até ano passado deu seu depoimento entre soluços: "Todo sábado, ele trazia pão de queijo pra minha neta. Do nada. Dizia que era porque ela lembrava sua irmã mais nova".

E o pai? O vocalista? Permaneceu impávido durante todo o ritual, segurando a esposa como se fosse a única âncora num mar revolto. Só no final, quando já quase não havia ninguém, foi visto abraçando a lápide por longos minutos.

Itabaiana inteira parece ter parado por algumas horas. Até o dono do bar da esquina — famoso por nunca fechar — baixou as portas "por respeito". E no meio de tanta tristeza, uma certeza: a música de Ronald, seja lá onde ele estiver, nunca vai deixar de ecoar.