Ex-diretora da Globo Reage a Crítica de Eduardo Sterblitch: "Não Engulo Seco"
Ex-diretora da Globo responde a Sterblitch

Parece que a poeira ainda não baixou completamente nos corredores da televisão brasileira. Quem diria que, anos depois do fim do Zorra Total, as faíscas continuariam a saltar?

Numa dessas reviravoltas que só o mundo do entretenimento proporciona, Daniela dos Santos — uma das ex-diretoras de núcleo da TV Globo — resolveu colocar os pingos nos is. E não foi com meias palavras, não. A provocação partiu de ninguém menos que Eduardo Sterblitch, aquele humorista que marcou época no programa de sketches.

O estopim da polêmica

Sterblitch, sabe como é artista é, soltou o verbo num podcast desses que todo mundo ouve hoje em dia. Disse ele, com todas as letras, que o Zorra Total tinha uns quadros que... bem, que eram "um desserviço ao humor". Palavras fortes, hein?

Mas calma lá, que a resposta não demorou a chegar. Daniela, com aquela experiência de quem já viu de tudo na emissora das Organizações Globo, não ficou mansa não. "Não engulo seco", disparou ela, numa daquelas expressões que nossa avó usaria. E completou, com a autoridade de quem esteve lá: "O Eduardo era um dos principais beneficiários daquele formato".

Os bastidores de um programa icônico

Pensa numa produção que marcou época. O Zorra Total, que ia ao ar nas noites de sexta-feira, era aquela loucura organizada — ou desorganizada, dependendo do ponto de vista. Daniela relembra, com certo saudosismo, como o programa dava espaço para todo tipo de talento.

"O legal era justamente isso", reflete ela, enquanto ajusta os óculos. "A gente misturava o estabelecido com o novo, o consagrado com a promessa. O Sterblitch veio dessa segunda leva, e cresceu muito no programa."

O outro lado da moeda

Mas e aí, será que o humorista tem razão em suas críticas? Daniela pondera, com a sabedoria de quem já errou e acertou muito na vida. "Todo artista quer evoluir, né? É natural que, com o tempo, ele queira distância do que fez no passado."

Porém — e sempre tem um porém — ela faz questão de ressaltar: "Agora, dizer que era ruim... aí é revisionismo histórico. O programa era o que era, dentro do seu contexto, e cumpriu muito bem seu papel".

O que fica dessa história toda?

No fundo, no fundo, isso me lembra aquelas brigas de família que a gente tem no Natal. Passa o tempo, as pessoas mudam, mas as lembranças — e os ressentimentos — ficam.

Daniela finaliza, filosofando: "A televisão é assim mesmo, um eterno vai e vem de opiniões. O importante é que cada um cumpriu seu papel na história. O Zorra Total teve seu momento, o Sterblitch brilhou nele, e hoje estamos aqui conversando sobre isso. Não é fantástico?"

E de fato é. Enquanto isso, nós, meros espectadores, ficamos na plateia dessa discussão que, convenhamos, é bem mais interessante que muita coisa que passa na TV hoje em dia.