Parece que foi ontem, mas já se vão mais de três décadas desde que o Brasil parou para descobrir quem havia matado Odete Roitman. A cena entrou para a história da televisão — quem não se lembra daquela banheira ensanguentada? Mas o que pouca gente sabe é que a história original era completamente diferente.
A primeira versão do assassinato, aquela que nunca chegou às telas, tinha outros suspeitos no centro das atenções. E olha, a coisa era bem mais complicada do que a versão final deixou transparecer.
Os Verdadeiros Suspeitos da Primeira Hora
Na trama inicial, desenvolvida pelos roteiristas Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, três personagens principais figuravam como possíveis assassinos. A mudança veio depois — e por um motivo bem específico.
Maria de Fátima, interpretada por Carla Camurati, era uma das principais suspeitas. A personagem tinha motivos de sobra para querer Odete fora do caminho, principalmente por causa daquela herança que todo mundo disputava. Mas será que ela teria coragem?
Já Raquel, vivida por Glória Pires, também estava na mira. Os roteiristas chegaram a desenvolver cenas que sugeriam seu envolvimento — algo que faria bastante sentido, considerando todas as rusgas entre as duas.
E não podemos esquecer de César, o personagem de Antonio Fagundes. Na versão original, ele era um dos favoritos para ter cometido o crime. Afinal, a relação dele com Odete era daquelas que dava pano pra manga.
Por Que Tudo Mudou?
Aqui vem a parte mais curiosa da história. A mudança radical no desfecho não foi por capricho dos autores. Na verdade, a pressão veio de onde menos se esperava: do público.
Susana Vieira — nossa! — interpretou Odete com tamanha maestria que o público simplesmente se apaixonou pela personagem. E não era um amor qualquer: era daqueles que faz as pessoas ligarem para a emissora, escreverem cartas, criarem clubes de fãs.
Os autores perceberam que matar Odete seria um tiro no pé. Uma personagem tão carismática, interpretada com tanta genialidade, merecia mais do que uma morte prematura. Foi então que Braga e Silva fizeram algo incomum: reescreveram toda a trama já em andamento.
O Legado Que Ficou
O resultado todos nós conhecemos: Odete sobreviveu à tentativa de assassinato e continuou roubando a cena por mais tempo. E que sorte a nossa! Quem poderia imaginar a novela sem aquelas cenas antológicas da personagem?
Essa reviravolta nos bastidores mostra como a televisão é um meio vivo, que respira e se transforma conforme a reação do público. Às vezes, o que estava no papel precisa ser jogado fora quando a magia acontece diante das câmeras.
Fica a reflexão: quantas outras histórias poderiam ter sido diferentes se os autores não tivessem a coragem de mudar seus planos iniciais? No caso de Vale Tudo, a decisão certamente enriqueceu nosso imaginário coletivo.
E você, sabia dessa história? Conhecia os suspeitos originais? É daquelas pessoas que prefeririam o desfecho inicial? Difícil dizer, não é? Mas uma coisa é certa: o legado de Odete Roitman continua mais vivo do que nunca.
