O estúdio da Sky Sports parecia mais um ringue. De um lado, Gary Neville, o ex-capitão do United, sempre com um pé atrás quando o assunto é o Arsenal. Do outro, Jamie Carragher, o liverpooliano ferrenho, mas que desta vez surpreendeu ao defender uma jogada dos Gunners. O tema? Nada mais, nada menos que o nome que está na boca de todo mundo: Viktor Gyökeres.
Neville, sabe como é, aquele ceticismo britânico entranhado na alma. Ele simplesmente não botou fé. «Cem milhões de libras? Por um cara que brilhou na Primeira Liga portuguesa?», disparou, com aquela cara de quem cheirou leite azedo. Para ele, o negócio tem cheiro de risco, um daqueles que pode explodir na cara do clube – e na conta bancária – sem dó nem piedade.
Mas aí entra Carragher, e olha, ninguém esperava por isso. O cara deu uma de advogado do diabo, ou melhor, do Arsenal. A argumentação foi sólida, firme. Ele não vê o valor como exorbitante, considerando o mercado absolutamente lunático de hoje em dia. «Olha o que o Chelsea pagou no Caicedo!», deve ter gritado, defendendo que um centroavante goleador, daqueles que resolvem, é uma peça que o time de Arteta realmente precisa – e muito.
E é aí que a ficha cai. A discussão vai muito além do preço. Ela cutuca a ferida de uma necessidade antiga: a de um matador de área, um killer nato. Gabriel Jesus é talentosíssimo, ninguém discute, mas a sua conversão de chances… bem, às vezes deixa a desejar. E no futebol de elite, esses detalhes fazem toda a diferença entre um vice-campeonato e a taça levantada.
O que essa troca de farpas mostrou, no fim das contas, foi a beleza e a complexidade do futebol. Dois especialistas, duas visões de mundo completamente opostas. Um enxerga o copo meio vazio e um rombo financeiro. O outro vê o copo meio cheio e a peça que faltava no quebra-cabeça. E você, de que time você é? O dos cautelosos ou o dos que apostam alto? A janela de transferências está só começando, e promete.
