Era tudo ou nada. O Figueirense entrava em campo neste sábado precisando de uma vitória por dois gols de diferença para escapar do abismo. Mas o futebol, esse esporte caprichoso, reservou mais um capítulo amargo para o alvinegro.
O Ypiranga, pragmático e eficiente, não deu moleza. Aos 21 minutos do primeiro tempo, num contra-ataque ligeiro, Jean Carlo aproveitou um cruzamento preciso e mandou pro fundo das redes. O estádio, que antes fervilhava de esperança, calou. Você podia sentir o desânimo pairando no ar, pesado como um lençol úmido.
O segundo tempo foi um daqueles sufocos de assistir. O Figueira partiu pra cima, é claro. Teve posse de bola, teve vontade, teve até algumas finalizações. Mas faltou aquele detalhe, aquele punhado de sorte que todo time rebaixado diz que não teve. A bola teimava em não entrar.
O Grito de Dor da Torcida
E aí, pra acabar de vez com qualquer resquício de esperança, lá veio o Ypiranga de novo. Aos 35, Jean Carlo apareceu outra vez – porque contra o Figueira, todo jogo tem seu carrasco – e não perdoou. Segundo dele, e adeus qualquer cálculo mirabolante.
O apito final soou menos como um fim de jogo e mais como uma sentença. Pela sexta temporada consecutiva, o Figueirense vai disputar a Série C do Brasileirão. Seis anos! É tempo pra caramba, dá até pra uma criança entrar na escola e sair no ensino médio nesse período.
Não é só um mero tropeço, é uma espiral. Uma crise que parece não ter fim, que se alimenta de cada esperança frustrada. A torcida, aquela que lota estádio mesmo na divisão de acesso, merece muito mais. A pergunta que fica, e que ninguém no clube parece capaz de responder, é: quando isso vai virar?
Enquanto isso, o Ypiranga segue firme na briga pelo acesso. Mas essa história, bem, essa fica pra outro capítulo.
