O ator Mouhamed Harfouch, de 48 anos, mergulhou em uma jornada espiritual e histórica para interpretar uma figura central no aguardado filme 'Emmanuel'. A produção cinematográfica, que explora as diferentes vidas do mentor espiritual do médium Chico Xavier, colocou o artista diante de um de seus maiores desafios profissionais.
Uma Jornada de Dois Mil Anos nas Telas
Após colaborações anteriores com o diretor Wagner de Assis em 'O Advogado de Deus' e 'Nosso Lar 2' (2024), Harfouch foi convidado a integrar o elenco do novo projeto. No longa, ele dá vida a Públio Lêntulo, uma das encarnações de Emmanuel, personagem que viveu na mesma época de Jesus Cristo, em Jerusalém, e que teria encontrado o Messias.
Em entrevista à coluna GENTE, diretamente do set de filmagens, o ator refletiu sobre a profundidade da narrativa. "É um filme demasiadamente humano e poderoso, passa por uma história da humanidade, que todos nós conhecemos", afirmou Harfouch, já caracterizado como o romano. "São dois mil anos até ele se entender como Emmanuel e começar a escrever o seu trabalho no mundo espiritual para o Chico Xavier", completou, destacando a extensão temporal abordada.
Desafios Emocionais e Técnicos nas Gravações
A preparação para cenas de grande carga emocional exigiu entrega total. Uma das instruções do roteiro, por exemplo, pedia que "Públio transborda na frente de Jesus". Sobre como se preparar para tal momento, Harfouch foi sincero: "Como me preparo para isso? Preciso somente confiar no ator à minha frente e ele em mim. É um filme que você se entrega e tem uma fé cênica muito grande".
O clima no set era de intensa emoção. Em uma cena específica, na qual seu personagem vê Chico Xavier no caixão, alguns figurantes chegaram a se comover. O próprio ator sentiu a energia única do ambiente durante as filmagens.
A Curiosa Desordem Cronológica e a Direção de Wagner de Assis
Um dos aspectos curiosos da produção foi a ordem não cronológica das gravações. Mouhamed Harfouch revelou que filmou primeiro a última cena de seu personagem como Emmanuel, para só depois registrar as primeiras aparições como Públio Lêntulo.
Essa escolha gerou uma preocupação inicial: "Fiquei muito preocupado em como daria carga dramática, em uma cena que ele já estava morto, sem ter feito a parte dele em vida", confessou. A solução veio com o apoio do diretor. "Wagner foi um papel central para me ajudar a fazer a cena. Ele tem uma maneira de dirigir especial. É gentil, humano e confia muito nos atores", elogiou Harfouch.
A trama de 'Emmanuel' é baseada no livro 'Há Dois Mil Anos', psicografado por Chico Xavier, consolidando mais uma adaptação das obras do médium para o cinema brasileiro, que continua a explorar temas do espiritismo com grande apelo popular.
