Festa dos Santos Populares enche Vila Olímpica do Salgueiro de alegria e tradição
Festa de São Cosme e Damião anima Vila Olímpica do Salgueiro

O sábado no Morro do Salgueiro foi daqueles que aquece a alma – literal e figurativamente. Enquanto o sol ainda batia forte na Tijuca, lá pelas 15h, a Vila Olímpica do Salgueiro já fervilhava com uma energia contagiante. A razão? Uma celebração que mistura fé, tradição e muita alegria: a festa de São Cosme e Damião.

E não era qualquer comemoração. A organização caprichou – e como! Imagine só: centenas daquelas sacolinhas coloridas, cada uma mais tentadora que a outra, recheadas com doces, brinquedos e simpatias. A fila? Enorme, é claro. Mas ninguém reclamava. Pelo contrário: o clima era de pura expectativa feliz, daquelas que fazem valer a pena qualquer espera.

Mais que doces: um encontro de gerações

O que mais impressionava, confesso, não era apenas a distribuição em si. Era ver como a tradição se mantém viva. Crianças pulando de alegria ao receberem suas sacolinhas, avós explicando a história dos santos gêmeos, pais registrando cada momento no celular – uma verdadeira tapeçaria de memórias sendo tecida ali, no coração da comunidade.

E tem mais: a música ecoava por todos os cantos. Não era aquela gravação qualquer, não. Era som ao vivo, que fazia o pessoal dançar quase que involuntariamente. Parecia que até o vento soprava no ritmo, se é que me entendem.

Um respiro de normalidade

Num momento onde tudo parece tão complicado – a economia, a política, o dia a dia – eventos assim funcionam como um bálsamo. É como se a comunidade dissesse: "Aqui, a vida pulsa. Aqui, a cultura resiste". E que resistência bonita, diga-se de passagem.

Os organizadores, visivelmente satisfeitos, circulavam entre os participantes. Dava pra ver no olhar deles aquela mistura de cansaço e orgulho – o cansaço do trabalho bem feito, o orgulho de manter viva uma tradição que atravessa gerações.

E assim seguiu a tarde, entre conversas, abraços, risadas e – por que não? – alguns doces roubados antes da hora pelas crianças mais ansiosas. Uma daquelas cenas que restauram a fé não apenas nos santos, mas na própria capacidade de celebração do ser humano.

Quando o sol começou a se despedir, lá pelas 18h, a energia ainda permanecia. As sacolinhas já haviam encontrado seus donos, mas a sensação de comunidade, essa ficou. E ficou forte. Quem passou pela Vila Olímpica do Salgueiro neste sábado levou mais que doces para casa: levou a certeza de que algumas tradições – felizmente – estão longe de acabar.