Roda de Choro em Campina Grande completa 70 anos e homenageia Duduta: tradição que resiste ao tempo
Roda de Choro de Campina Grande celebra 70 anos com legado de Duduta

Quem diria que um simples encontro de músicos, lá nos anos 50, se transformaria em uma das tradições mais queridas da Paraíba? Pois é, a Roda de Choro de Campina Grande — sim, aquela que acontece toda quarta-feira — acaba de completar 70 anos. E não é só aniversário: é celebração da resistência cultural, do legado do mestre Duduta e daquelas noites que parecem parar o relógio.

Não é só música, é história viva

Dá pra sentir no ar: o cheiro do café coado na hora, o riso fácil dos frequentadores antigos, o som do pandeiro marcando o ritmo. A Roda virou ponto turístico sem querer — e olha que ninguém ali planejou fama. "É como se o Duduta ainda estivesse tocando seu bandolim por aqui", diz Seu Zé, 78 anos, um dos primeiros a frequentar o evento. (E ele não exagera: o espírito do mestre parece mesmo pairar sobre os violões.)

Por que essa Roda não para de girar?

  • Gerações se misturam: Dos veteranos que viram Duduta pessoalmente aos jovens que descobrem o choro via TikTok
  • Fusão inesperada: Recentemente, até rap entrou no repertório — e funcionou, pasmem!
  • Turismo cultural: Visitantes de São Paulo a Lisboa já marcaram viagem só pra ver a tal quarta-feira musical

E tem detalhe que nem todo mundo nota: o barzinho simples onde tudo começado continua o mesmo. As cadeiras podem estar mais gastas, as paredes acumulam décadas de memórias, mas o clima... ah, o clima é intocável. "A gente não toca pra plateia, toca pra alma", solta Maria do Cavaquinho, uma das poucas mulheres que quebraram a barreira inicial do grupo.

O futuro? Tá no ritmo certo

Enquanto muitos eventos tradicionais desaparecem, essa Roda teima em sobreviver — e como! Prova maior: o projeto "Choro nas Escolas", que já levou o ritmo pra mais de 2.000 alunos da rede pública. "É nosso jeito de passar o bastão", explica o organizador atual, que prefere ficar nos bastidores (mas sempre puxando o coro nos refrões).

E pra quem acha que 70 anos é motivo pra descansar, um aviso: tem planos pra expandir pra outras cidades, gravar um documentário — e quem sabe até um especial na TV? O certo é que, enquanto houver uma quarta-feira no calendário, Campina Grande terá seu encontro marcado com a história.