
Nada como começar o dia com o pé direito — e foi exatamente isso que Sorocaba fez ao despertar para seus 371 anos de história. A cidade, que já nasceu sob o signo da resistência (quem lembra das tropas de mulas no século XVIII?), mostrou que sabe fazer festa como ninguém.
Logo cedo, o centro virou um turbilhão de cores. Bandas marciais que pareciam desafiar o relógio com precisão suíça, crianças com rostos pintados de verde e amarelo — algumas até meio sonolentas, confessamos — e aqueles idosos que carregam a memória da cidade nos olhos. Tudo isso sob um sol que, digamos, não perdoou os despreparados.
O desfile que parou a cidade
Mais de 2 mil pessoas nas ruas. Você consegue imaginar? Era como se toda Sorocaba tivesse combinado de se encontrar ali. Das fanfarras escolares — sempre com aquela criança que perde o passo mas não perde o sorriso — aos pelotões militares que faziam o chão tremer.
E não foi só pompa. No meio da festa, detalhes que falam mais que discurso:
- A menina que insistia em marchar fora do ritmo, mas com um orgulho que faria qualquer general corar
- Os veteranos da Força Aérea com medalhas que contam histórias que livros não registram
- Aquele senhor que parou tudo para cantar o Hino Nacional com a mão no peito — e ninguém teve coragem de apressar
O ato solene: tradição e futuro
Depois do desfile, o Teatro Municipal virou palco de um daqueles momentos que justificam o uso da palavra "histórico" sem exagero. O prefeito, com aquele jeito meio desajeitado que políticos têm quando tentam parecer informais, lembrou que Sorocaba já foi chamada de "Manchester Paulista" — e hoje pode ser chamada do que quiser, desde que continue acolhendo quem chega.
Entre os presentes, um mix curioso: desde empresários de ternos que pareciam saídos da vitrine até líderes comunitários cujas mãos calejadas contam outra versão da mesma cidade. Todos unidos, pelo menos por algumas horas, no mesmo sentimento de pertencimento.
E como não poderia faltar, o bolo. Imenso, é claro. Porque aniversário sem exagero não é aniversário de verdade.
O que vem por aí?
Essa foi só a abertura. A programação segue até domingo com:
- Shows que prometem agradar desde os saudosistas até os que curtem um trap
- Feira de artesanato onde dá pra encontrar desde cerâmica até aquelas lembrancinhas que a gente compra mas nunca sabe onde colocar
- E claro, comida. Muita comida. Porque celebrar 371 anos dá uma fome...
Sorocaba pode não ser a cidade mais famosa do Brasil — e talvez seja melhor assim. Mas quem esteve lá hoje sabe: tem um espírito que poucos lugares conservam. Daqueles que fazem até o mais cético acreditar que cidades ainda podem ter alma.